O Governo de Mato Grosso determinou um plano de ação robusto para intensificar a prevenção e o combate à adulteração de bebidas no estado. A iniciativa ocorre após o registro de pelo menos 11 casos confirmados e 48 em investigação em outros estados, como São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal.
Em entrevista, o secretário adjunto de Integração Operacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), coronel Fernando Augustinho, detalhou as medidas que visam fechar o cerco contra a prática criminosa.
O coronel Augustinho explicou que a orientação do governador Mauro Mendes é reforçar a atuação preventiva e a integração das forças de segurança.
“Estamos planejando ações conjuntas que envolvem as Polícias Militar e Civil, a Politec, a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Fazenda, para fechar o cerco contra possíveis ocorrências desse crime em Mato Grosso”, afirmou o secretário.
Na prática, essa atuação integrada inclui investigações de fábricas clandestinas, intensificação do monitoramento em pontos de venda e operações conjuntas.
Um exemplo recente foi a operação deflagrada em Nova Mutum no dia 30, onde três pessoas foram presas em um barracão que funcionava como ponto de adulteração de cervejas. A estimativa é que 900 caixas eram comercializadas semanalmente na região. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada para análise pericial dos produtos apreendidos.
O coronel destacou que a Politec tem um papel fundamental na análise de rótulos, tampas e do próprio produto adulterado, transformando vestígios em provas sólidas para processos e investigações.
Tolerância zero e alerta ao consumidor de Mato Grosso
A Sesp reforçou a orientação a bares, mercados e distribuidoras para que adquiram bebidas apenas de fornecedores confiáveis e mantenham os comprovantes de procedência. O crime de adulteração é grave, previsto no artigo 272 do Código Penal, com pena que varia de 4 a 8 anos de reclusão.
O secretário informou que o programa Tolerância Zero, que já combate facções criminosas, também foi incorporado ao enfrentamento da adulteração de bebidas, devido à possível ligação de organizações criminosas com esse tipo de comércio ilegal em outros estados.
Para denúncias, o coronel Augustinho concluiu que a participação da população é essencial: “É importante que o consumidor esteja atento a rótulos, selos, embalagens intactas e preços suspeitos. Segurança é responsabilidade de todos, e a participação da população, por meio de denúncias, é essencial para interromper esse comércio ilegal.”
A população pode acionar os canais de denúncia sigilosos: 181 (Disque Denúncia), 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil).