Nesta quarta-feira (28), a Polícia Federal em conjunto com o Gaeco/MPMT deram início à Operação Sierra Hotel, uma ação determinada a desmantelar esquemas de financiamento ao tráfico de drogas e atividades criminosas correlatas em Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, revelando até mesmo o uso de ambulâncias para práticas ilícitas.
Sob a coordenação da 1ª Vara Criminal de Primavera do Leste (MT), foram executados 10 mandados de busca e apreensão em cidades-chave como Primavera do Leste, Cuiabá, Várzea Grande, Guarulhos (SP) e Rio de Janeiro. Uma ambulância foi apreendida em Guarulhos como parte das diligências.
As investigações revelaram o envolvimento de empresas sediadas em Primavera do Leste em transações suspeitas, com conexões de pessoas físicas e jurídicas em várias regiões do país no financiamento do tráfico de entorpecentes e delitos associados. Os indícios desse esquema remontam a junho de 2021, quando três indivíduos foram presos em flagrante no Rio de Janeiro transportando 470 tabletes de maconha em uma ambulância, revelando-se posteriormente que os “batedores” eram os próprios proprietários da droga.
O avanço das investigações concentrou-se na análise das atividades financeiras do grupo criminoso, expondo transações milionárias envolvendo empresas vinculadas aos donos da droga. Além disso, as autoridades constataram que a empresa registrada em Mato Grosso não possui existência física, embora tenha emitido notas fiscais em volumes significativos, aparentemente para justificar transações financeiras com pessoas físicas e jurídicas em vários estados do país.
Entre os artifícios empregados pela quadrilha estava a criação fraudulenta de empresas ou o uso de “empresas de fachada” para encobrir suas atividades ilegais. Nestes casos, o nome comercial das empresas era derivado das iniciais do seu responsável formal, que na prática delegava controle total a terceiros por meio de procurações.
A Operação Sierra Hotel recebeu seu nome a partir das iniciais do mentor do esquema criminoso, em uma referência aos “laranjas” usados nas empresas fictícias, que embora oficialmente registradas em nome de terceiros, eram de fato operadas por ele mediante procurações.
