Mato Grosso: médicos do Samu anunciam demissão em massa

Em carta aberta à população, eles afirmam estar com seis meses de atrasos salarial ficando assim inviável manter o serviço

Fonte: JOANICE DE DEUS - DIÁRIO DE CUIABÁ

Com seis meses de atraso no pagamento dos salários, os profissionais do Serviço Móvel de Urgência (Samu) estão trabalhando sem condições de trabalho, consequentemente, com dificuldades para prestar o socorro à população em casos de emergência. Em carta aberta, os médicos relatam falta de macas, medicamentos e até luvas para os primeiros atendimentos. Diante da situação, alertam para o risco de desligamento em massa dos socorristas que compõem a escala do Samu. O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Fiqueiredo, informou que se reuniu com os profissionais e garantiu que os serviços estão mantidos.

A carta, conforme a equipe médica que atua na Grande Cuiabá, é um desabafo e um pedido de socorro dos profissionais que “lutam diuturnamente para tentar salvar vidas em situações que por inúmeras vezes arriscamos a nossa própria em prol do bem maior: a vida de quem precisa”.

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“Queremos registrar nossas condições indignas de trabalho. Situações em que faltam medicações básicas, faltam luvas para atendimento inicial, faltam macas, faltam ambulâncias que por vezes encontram-se não funcionantes, faltam revisões periódicas, faltam por vezes locais apropriados para manter as unidades e as medicações. Faltam condições que nos ajudem a manter o mínimo para tentar dar o atendimento digno à população”, afirmam os profissionais no comunicado.

No documento, assinado pela equipe na última segunda-feira (7) e endereçado a autoridades e à população, a categoria informa que tentou inúmeras vezes diálogo com a Secretária de Estado de Saúde (SES), mas não obtiveram resultado. “Infelizmente chegamos ao cúmulo de seis meses de atrasos salarial, ficando assim inviável manter o vínculo com a instituição, pois como qualquer trabalhador somos merecedores de receber nosso salário, este conseguido pelo suor derramado em nossas fúlgidas fardas azuis”, destacam.

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Ainda na carta, eles frisam que o desligamento será feito respeitando-se “todos os traumas juntos aos órgãos competentes para que não ocorra de foram abrupta e traga ainda mais prejuízos à população da Baixada Cuiabana, que infelizmente, ficará desassistida do tão importante e vital serviço médico do Samu”.

O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população. O socorro é feito em qualquer lugar, como residências, locais de trabalho e vias públicas e é feito após chamada gratuita para o telefone 192.

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, garantiu que os serviços do Samu estão mantidos, tranquilizando, assim à população. Com o objetivo de estabelecer uma relação de confiança, Figueiredo se reuniu com representantes dos médicos que trabalham no Samu, e, durante uma conversa franca, garantiu aos profissionais que a Ses/MT está trabalhando para encontrar uma solução imediata, regularizando quaisquer pendências.

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