Mato Grosso leva alerta sobre aumento de feminicídios para debate no Senado Federal

A promotora apresentou dados que mostram um aumento de 32% nos casos de feminicídio no estado somente neste ano.

Fonte: CENÁRIOMT

FEMINICIDIOS EM ALTA
Mato Grosso leva alerta sobre aumento de feminicídios para debate no Senado Federal

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) participou de uma audiência pública no Senado Federal para debater o crescimento alarmante dos feminicídios no país. A promotora de Justiça Claire Vogel Dutra representou o estado e destacou a grave situação de Mato Grosso, que, pelo segundo ano consecutivo, lidera o ranking nacional em taxa proporcional de mulheres assassinadas.

A promotora apresentou dados que mostram um aumento de 32% nos casos de feminicídio no estado somente neste ano. Entre janeiro e agosto de 2025, 35 mulheres foram mortas, em comparação a 47 casos registrados em todo o ano de 2024. O caso mais recente foi o assassinato da fonoaudióloga Ana Paula Abreu, de 33 anos, em Sinop, morta com 20 facadas pelo marido.

[Continua depois da Publicidade]

A promotora chamou a atenção para um dado preocupante: menos de 10% das vítimas de feminicídio em Mato Grosso tinham medidas protetivas no momento do crime. Em 2025, apenas cinco das mulheres mortas possuíam o recurso. Em dois desses casos, houve falha na proteção estatal; nos outros, as vítimas haviam reatado com os agressores. “Isso mostra a dependência emocional e a vulnerabilidade a que estão submetidas muitas mulheres”, disse a promotora.

Para combater o problema, ela destacou iniciativas locais como o Espaço Caliandra, que oferece atendimento multiprofissional, e o Observatório Caliandra, que consolida dados para identificar padrões e falhas. Claire Vogel defendeu que o feminicídio é a expressão máxima do machismo estrutural e que a solução vai além do endurecimento das penas.

[Continua depois da Publicidade]

Entre as medidas propostas, estão a universalização do monitoramento eletrônico, a expansão da Patrulha Maria da Penha, a ampliação de delegacias especializadas e a criação de políticas voltadas para a autonomia financeira das mulheres. “Não existe apenas uma medida para a solução deste problema complexo. São diversas medidas e a mobilização de diversos setores da sociedade”, concluiu a promotora, reforçando a necessidade de uma atuação em rede para mudar a realidade da violência de gênero.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.