Mato Grosso apresenta alta poluição do ar e aquecimento mais rápido

Os dados são da nova plataforma MapBiomas Atmosfera, lançada na quarta-feira (5).

Fonte: CENÁRIOMT com inf. Diário de Cuiabá

Mato Grosso apresenta alta poluição do ar e aquecimento mais rápido- Foto: Christian Braga / Greenpeace

A qualidade do ar, tema relevante na 30ª Conferência da ONU (COP30) sobre mudanças climáticas em Belém, é uma preocupação em Mato Grosso, que apresentou, em 2024, uma das maiores concentrações de material particulado fino (MP2,5) do Brasil.

O índice médio anual estimado em Mato Grosso foi de 30 microgramas por metro cúbico (µg/m3). Este valor é inferior apenas ao verificado em Rondônia (42 µg/m3).

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Os dados são da nova plataforma MapBiomas Atmosfera, lançada na quarta-feira (5). A plataforma utiliza imagens de satélite e modelagem de dados para fornecer informações sobre poluentes atmosféricos (2003-2024) e variações de temperatura e precipitação (1985-2024) em todo o Brasil.

O MP2,5 é um dos principais poluentes atmosféricos, consistindo em partículas microscópicas suspensas no ar. Ele está presente, principalmente, na fumaça emitida pela queima de combustíveis fósseis e de biomassa.

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O ar mais limpo se encontra em estados litorâneos do Nordeste, como Bahia, Sergipe e Pernambuco, onde a concentração de MP2,5 foi inferior a 7 µg/m3 em 2024.

A temperatura está subindo mais rapidamente em estados considerados continentais, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí, com taxas variando entre 0,34 e 0,40 grau Celsius por década. O índice é maior que a média nacional de 0,29 grau Celsius por década (entre 1985 e 2024).

O maior valor de anomalia de temperatura no país foi observado em 2024, quando a temperatura ficou 1,2 grau Celsius acima da média dos últimos 40 anos.

O aquecimento é ainda mais acentuado em biomas específicos:

  • Pantanal: aumento de 0,47 grau Celsius por década.
  • Cerrado: aumento de 0,31 grau Celsius por década.

O estudo alerta que no Pantanal, o aumento em relação à média foi de 1,8 grau Celsius em 2024. O clima mais seco, junto com o desmatamento, favorece o fogo. A fumaça dos incêndios contém MP2,5, cuja concentração média anual na Amazônia alcançou 24,8 µg/m3 em 2024.

A ferramenta MapBiomas Atmosfera tem como objetivo auxiliar o Brasil a implementar políticas públicas baseadas em evidências experimentais.

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Graduada em Jornalismo pela Faculdade La Salle em Lucas do Rio Verde (MT), atuou como estagiária na Secretaria Municipal de Educação. Desde 2010 trabalha na redação e, atualmente, é repórter e redatora do CenárioMT nas editorias Mundo, Mato Grosso e Cidadania. Para dúvidas, correções ou sugestões de pauta, entre em contato: rdayelle@gmail.com