A 5ª Companhia de Polícia Militar de Proteção Ambiental, com sede em Tangará da Serra, esteve em Lucas do Rio Verde nesta semana para uma ação educativa voltada à conscientização ambiental. A visita integrou o projeto “Futuro em Campo”, desenvolvido em parceria com a Aprosoja-MT, e teve como objetivo aproximar a comunidade escolar e o setor produtivo das boas práticas de sustentabilidade no campo.
Segundo o sargento PM Rodrigues, da Polícia Ambiental, o projeto leva estudantes até propriedades rurais para conhecerem de perto o processo produtivo e o trabalho de preservação ambiental realizado pelos produtores. “A gente mostra que o produtor não é esse vilão que muitos pintam. Ele também tem sua preocupação e respeito com o meio ambiente. O projeto aproxima as crianças da realidade do campo e ensina que produção e sustentabilidade podem caminhar juntas”, destacou.
Além das ações em fazendas, o sargento explicou que a corporação mantém um programa de educação ambiental contínuo, atendendo escolas municipais e estaduais. “Nós passamos até dez dias em um município, falando sobre preservação, fauna silvestre e respeito à natureza. Levamos animais de criação, como serpentes, para mostrar que nenhum animal precisa ser morto. O foco é sempre conscientizar e formar multiplicadores”, explicou.
Durante a passagem por Lucas do Rio Verde, a equipe também iniciou tratativas de parceria com a coordenadora do Cetas (Centro de Tratamento de Animais Silvestres), Rose Spindler, para o recolhimento de animais que poderão ser utilizados em ações educativas de taxidermia — técnica que substitui o antigo termo “empalhamento” e tem como finalidade o uso pedagógico e científico.
O sargento Rodrigues ainda falou sobre os desafios atuais enfrentados pela 5ª Companhia, que atende 21 municípios do Médio-Norte de Mato Grosso, incluindo Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Tapurah. “Temos muitas demandas de desmatamento identificadas por satélite e encaminhadas pela Sema. Também intensificamos operações durante o período da piracema, combatendo a pesca ilegal, além de fiscalizar garimpos e empreendimentos potencialmente poluidores”, pontuou.
Outro ponto de preocupação, segundo o sargento, é o aumento de atropelamentos de animais silvestres com a duplicação da BR-163. Recentemente, uma onça-pintada morreu atropelada na rodovia federal entre Sorriso e Lucas do Rio Verde. “Estamos buscando parcerias com as concessionárias para criar mecanismos que reduzam esses acidentes. Muitos desses animais são recolhidos para serem usados em ações educativas”, relatou.
O policial reforçou ainda a importância da conscientização no trânsito e da educação ambiental nas escolas. “Quando ensinamos uma criança, ela cobra do pai e da mãe. Assim como pedem o uso do cinto de segurança, podem cobrar para que se ande mais devagar, não se jogue lixo na rua e se respeite os animais. Esse é o caminho: educar desde cedo para preservar o futuro”, concluiu o sargento Rodrigues.





















