A Vigilância em Saúde de Lucas do Rio Verde reforçou nos últimos dias as orientações à população sobre os cuidados necessários diante da presença de animais peçonhentos no município. De acordo com a bióloga responsável pelo setor de entomologia e animais peçonhentos, Simone Silva Caetano, casos recentes de escorpiões foram identificados em bairros da cidade, como Parque das Emas e Bandeirantes.
Segundo Simone, atualmente quatro espécies de escorpiões estão presentes na fauna local: Tityus carvalhói, Tityus chaireironi e Ananteris, além do Tityus serrulatus — este último conhecido como escorpião-amarelo, que representa maior risco de óbito em crianças menores de cinco anos e idosos. Apesar da presença da espécie, os acidentes registrados em Lucas têm ocorrido principalmente com carvalhói e chaireironi. “São esses os que levam as pessoas até o PAM para atendimento ou, em casos de complicação, para o hospital, onde recebem o soro”, explicou.
A especialista destacou que esses animais são de hábitos noturnos e costumam aparecer em locais com entulhos, baratas e acúmulo de detritos, além de utilizarem a rede de esgoto como rota. “A barata é o principal alimento do escorpião. Por isso, orientamos a detetização e a limpeza do entorno das casas, além do uso de telas em ralos”, alertou. Simone reforçou também a importância de cuidados simples no dia a dia, como chacoalhar roupas e calçados antes do uso, já que acidentes costumam ocorrer no momento em que as pessoas manuseiam objetos deixados no chão.
A bióloga lembrou que, embora a galinha seja um predador natural, o fato de o escorpião ter atividade noturna reduz esse controle. Por isso, a recomendação é eliminar o ambiente favorável à proliferação do animal.
Além dos escorpiões, a Vigilância em Saúde também registrou recentemente atendimentos a moradores que sofreram acidentes com serpentes, principalmente jararacas. “Muitas vezes, as pessoas estão em sítios, fazendas ou chácaras e, ao manipular entulhos, podem se deparar com serpentes, que geralmente se aproximam em busca de ratos. É fundamental manter os quintais limpos e utilizar luvas e botas ao manusear materiais”, destacou Simone.
O município dispõe de soro para tratamento de acidentes com animais peçonhentos, incluindo botrópico, crotálico e escorpiônico. “Desde a primeira vez que foi identificado o Tityus serrulatus, já entramos em contato com o Estado para garantir a disponibilidade de soro. Temos todo o suporte necessário tanto na Vigilância em Saúde quanto no hospital para atendimento imediato”, assegurou a coordenadora.



















