Instituto Padre João Peter celebra 35 anos em Lucas do Rio Verde

A partir de maio, a La Salle passa a coordenar as ações do instituto, que celebra 35 anos em 2023

Fonte: CenárioMT

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A diretoria do Instituto Padre João Peter, em Lucas do Rio Verde, prepara a passagem de comando da instituição para a rede La Salle. A partir dos próximos dias, o instituto passa a ter nova gestão, mas deve manter as ações que vem sendo desenvolvidas na sede da entidade, no bairro Rio Verde.

A troca de comando acontece quando o Instituto Padre João Peter, fundado em 06 de maio de 1988, comemora 35 anos.  Klaus Huber liderou a comissão de criação da entidade e é o presidente do instituto.

A coordenadora do IPJP, Fátima Ferreira, lembra que Huber também fundou o que hoje é a Escola Dom Bosco. Apaixonado pela educação e buscando proporcionar a crianças e jovens a oportunidade de contato com os livros, ele organizou a primeira biblioteca de Lucas do Rio Verde. E era uma biblioteca ambulante. “Não tinha espaço, por isso foi uma biblioteca ambulante. E o projeto foi crescendo, com doações de livros e funcionou por muitos anos, até 2009. Chegou a ter 26 mil exemplares de livros”, relata.

Como já não era prioridade no município, Klaus Huber doou o acervo e a estrutura que conseguiu para a biblioteca para o Padre Lauro, que havia atuado em Lucas do Rio Verde, mas estava no distrito de União do Norte, considerado na época o maior assentamento agrário da América Latina. “E está montada a biblioteca até hoje, funcionando”, informou.

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Novos atendimentos

Como o Instituto Padre João Peter foi criado para ter por finalidade a assistência social por meio da educação, da cultura e da assistência social, outras ações passaram a ser desenvolvidas. O atendimento com terapias e chás, por meio da homeopatia, foi uma forma encontrada para permitir acesso a tratamentos alternativos. Na época, final da década de 80, havia número pequeno de médicos e farmácias atendendo no município. “O Instituto trouxe as irmãs de Campinas pra trabalhar aqui, ajudar a comunidade”, assinala a coordenadora.

Esses atendimentos tiveram boa resposta por parte da comunidade, mesmo diante da avaliação da diretoria em suspender esse tipo de trabalho com o avanço da medicina tradicional. “Até hoje somos muito procurados. Temos um prestígio muito grande da comunidade e resultados muito bons com as terapias”.

O horto onde são produzidas as plantas fitoterápicas recebe alunos desde 2009. Nessas visitas, os estudantes recebem mudas para plantio em suas residências. O instituto acredita que as famílias tendo em seus quintais plantas fitoterápicas consegue trabalhar a prevenção. A partir de 2010, escolas passaram a produzir pequenas hortas com essas plantas medicinais.

Jovem aprendiz

Também a partir de 2010, o Instituto passou a desenvolver um projeto voltado a jovens que procuram a primeira oportunidade de trabalho. O hoje ‘Jovem Aprendiz’ ajudou a encaminhar diversos adolescentes para o mercado de trabalho. Eles participaram de cursos variados e tiveram a oportunidade de colocar em prática o aprendizado. O alvo principal são jovens em situação de vulnerabilidade social, mas o programa foi aberto à comunidade.

E o retorno não poderia ser melhor. A coordenadora lembra que há poucos dias foi abordada por um jovem, hoje vereador em Tapurah, que passou pelo instituto, fazendo um curso. E há outros bons exemplos de jovens que foram atendidos pelo IPJP. “Quando visito a faculdade vejo jovens que passaram por aqui e fazem questão de dar seu depoimento. Isso é muito gostoso, saber que o trabalho deu bons resultados. É emocionante”, descreve. Outro retorno que deixa a coordenadora emocionada é o relato de pais. Eles dizem que os filhos mudaram de comportamento, principalmente na área financeira, pois os jovens recebem noções de educação financeira ao participarem do Jovem Aprendiz.

Entre 2006 a 2014, o Instituto desenvolveu em parceria com o município o Programa de Erradicação de Trabalho Infantil (PETI). Centenas de crianças tinham atividades no chamado contraturno escolar. Além de atividades recreativas, os pequenos ainda contavam com reforço escolar em disciplinas que precisavam de recuperação de conteúdo. “Foi um trabalho muito bom, bastante importante em parceria com o município”, recorda.

Novo comando, mesma forma de atuação

Apesar de estar passando por uma transição de comando, não deve ocorrer grandes mudanças. Uma das reivindicações da atual diretoria é que a rede La Salle mantenha os programas sociais e atendimentos de terapias e chás já tradicionais. O próprio nome da instituição deverá ser mantido, pois já são praticamente 35 anos atuando em Lucas do Rio Verde. Além disso, a mesma equipe de trabalho será mantida para dar sequência aos atendimentos. “A comunidade nem vai perceber a troca de comando”, acredita.

As conversações iniciaram em abril do ano passado, quando aconteceu a primeira visita à sede do Instituto. Em novembro foi definida a troca de comando e no início do ano começou o processo de transição. “É uma transição que acontece um pouco devagar por causa de programas que o instituto mantém, como o Jovem Aprendiz, por causa de contratos que temos com empresas”.

A escolha da diretoria do instituto pela rede La Salle aconteceu pelo histórico da instituição de ensino que também preza pela valorização da comunidade. “Para nós foi uma boa escolha, porque a Rede La Salle está presente em vários países, tem condições de manter o instituto. E pesou ainda a seriedade com que eles levam adiante seus programas e projetos”, destacou, citando que outros projetos deverão ser desenvolvidos a partir da nova gestão, com a manutenção dos atuais.

Nota de esclarecimento

Conforme o estatuto Social do INSTITUTO, no caso de dissolução, seu patrimônio remanescente é destinado para outra Entidade Beneficente, congênere, devendo ainda a entidade preencher os requisitos da Lei 13.019 de 31 de julho de 2.014 ou outra norma que a substitua

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Portanto, o Instituto está passando (sem custo algum) as atividades em funcionamento e todos os bens para a Rede La Salle.

Estamos à disposição na Av. Espírito Santo 600E – Bairro Rio Verde

É formado em Jornalismo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre política, economia e esporte regional.