Facção criminosa lucra R$ 3 milhões com “Raspadinha do Tráfico” em Mato Grosso; polícia desmantela esquema

Operação Raspadinha do Crime desmantela esquema de facção em Mato Grosso que movimentou R$ 3 milhões com jogos de azar em seis meses. Polícia cumpre mais de 100 mandados em 20 cidades.

Fonte: CenárioMT

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Operação mira facção que movimentou milhões com jogos ilegais

Operação cumpre mais de 100 mandados e desarticula rede que usava jogo de azar para lavar dinheiro do crime organizado

O que parecia um simples jogo de “raspadinha” vendido em estabelecimentos de mais de 20 cidades de Mato Grosso era, na verdade, uma rede milionária de lavagem de dinheiro comandada por uma facção criminosa.
A farsa foi descoberta pela Polícia Civil durante a Operação Raspadinha do Crime, deflagrada na manhã desta quarta-feira (14).

Segundo as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 3 milhões em apenas seis meses com o esquema, que funcionava como fachada para o tráfico e outras atividades ilícitas.

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Como funcionava o esquema das “raspadinhas”

A investigação conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) e pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) revelou uma estrutura empresarial do crime, com planejamento, hierarquia e divisão de funções.

O jogo era vendido em bares, mercearias e comércios de diferentes cidades, mas os lucros não iam para premiar apostadores — serviam para lavar dinheiro e financiar operações da facção.

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A rede se dividia em três níveis:

  1. Núcleo estratégico: localizado em Cuiabá, responsável pelas ordens e controle financeiro.
  2. Núcleo financeiro: operava contas bancárias de fachada para disfarçar os valores ilícitos.
  3. Núcleo operacional: distribuía bilhetes, recolhia dinheiro e prestava contas localmente.

“A operação representou um golpe direto no braço econômico da facção, desmantelando uma rede que unia tecnologia, manipulação social e engenharia financeira”, afirmou o delegado Antenor Pimentel, responsável pelo caso.

Mais de 100 mandados cumpridos em todo o estado

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Operação mira facção que movimentou milhões com jogos ilegais

A dimensão da operação revela o alcance do esquema criminoso.
Foram 111 ordens judiciais expedidas pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, incluindo:

  • 21 mandados de prisão preventiva;
  • 54 mandados de busca e apreensão;
  • 11 bloqueios de contas bancárias;
  • sequestro de R$ 1,1 milhão;
  • quebra de sigilo bancário e telemático de 25 investigados.

As ações se espalharam por Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Sorriso, Lucas do Rio Verde, entre outras cidades, de Alta Floresta a Pontes e Lacerda.
A polícia também apreendeu bilhetes, banners e materiais promocionais usados para dar aparência de legalidade ao jogo.

Origem da descoberta

O esquema foi identificado a partir da análise de documentos apreendidos em uma operação anterior, em maio de 2025.
Os investigadores perceberam que estavam diante de uma empresa fictícia de raspadinhas instantâneas, que em apenas meio ano havia movimentado milhões de reais.

Golpe no coração financeiro do crime

De acordo com a Polícia Civil, a operação tem como foco enfraquecer o poder econômico das facções que atuam dentro e fora dos presídios de Mato Grosso.
A ação integra o programa Tolerância Zero, do Governo do Estado, e faz parte da estratégia Operação Inter Partes, voltada ao combate às organizações criminosas.

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