Debate em Mato Grosso aponta desafios no combate à violência doméstica

Fonte: CENÁRIOMT

8a19ea9b-2eed-4b9c-ab8e-628175fa1314
8a19ea9b-2eed-4b9c-ab8e-628175fa1314

A Comissão de Direitos Humanos realizou uma audiência pública nesta sexta-feira no município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, para discutir o combate à violência doméstica. Especialistas presentes defenderam a necessidade de aprimorar a legislação que pune os agressores, porém, também sugeriram ações em outras áreas para reduzir os casos de violência contra a mulher. Mais informações com o repórter Alexandre Campos.

A audiência pública proposta pela senadora Margareth Buzetti, do PSD, teve como objetivo discutir o cenário da violência contra a mulher e as possíveis mudanças nas leis para enfrentá-lo. Buzetti, representante de Mato Grosso, é autora de dois projetos nesse sentido. Um deles visa tornar o feminicídio um crime autônomo e hediondo, com pena de 20 a 40 anos. O outro projeto busca prevenir esses crimes tornando público o cadastro nacional de pessoas condenadas por pedofilia e estupro em primeira instância. Para Buzetti, é crucial que a proteção das informações judiciais seja voltada para a mulher, não para o agressor.

[Continua depois da Publicidade]

Durante a audiência, em Lucas do Rio Verde, Buzetti compartilhou dados do DataSenado sobre a violência contra a mulher no Brasil, destacando que 48% das entrevistadas já foram vítimas de violência praticada por homens, sendo que 30% dessas agressões ocorreram até os 19 anos. Em 2023, Mato Grosso registrou 46 casos de feminicídio, sendo que apenas 8 vítimas não contavam com medidas protetivas. Esses números evidenciam a importância de buscar ajuda do estado diante de ameaças.

A delegada-geral da Polícia Civil do estado, Daniela Maidel, ressaltou a eficácia das medidas protetivas e encorajou as mulheres a denunciarem casos de violência. Para Maidel, procurar ajuda é significativo e necessário para enfrentar a violência doméstica.

[Continua depois da Publicidade]

Gileade Pereira, promotora de justiça, alertou para a gravidade das “pequenas agressões” que precedem o feminicídio, enfatizando a necessidade de interromper esse ciclo de violência desde o início. Na visão dela, a tolerância com essas pequenas agressões reforça a crença do agressor de que ele possui controle sobre a mulher, alimentando a tragédia do feminicídio.

Os participantes também debateram a importância da educação na mudança da cultura machista, a interiorização de políticas de proteção às mulheres, como o botão antipânico e a patrulha Maria da Penha, além da capacitação dos profissionais envolvidos no atendimento às vítimas. Destacou-se também a necessidade de envolvimento dos homens nos debates sobre violência doméstica para promover uma sociedade mais igualitária.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .