A sessão da Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde, realizada nesta segunda-feira (1º), foi marcada pela discussão em torno de um projeto de lei que autorizou novo repasse financeiro da Prefeitura à Fundação Luverdense de Saúde, responsável pela gestão do Hospital São Lucas. Apesar de aprovado por unanimidade, o tema levantou questionamentos sobre a origem dos recursos destinados à manutenção e ampliação dos serviços hospitalares.
Líder do prefeito na Casa, o vereador Jackson Lopes destacou a importância do apoio financeiro municipal para garantir a ampliação de atendimentos, sobretudo em áreas de alta complexidade. Segundo ele, parte do montante autorizado será aplicada na manutenção de dez novos leitos de UTI e na estrutura do setor de hemodinâmica.
“Quando assumimos a legislatura em 2025, passamos a avaliar com cuidado esses repasses. O Hospital São Lucas é fundamental para a população. Hoje, o município investe cerca de 32% do orçamento em saúde, percentual muito acima dos 15% exigidos por lei. Esse recurso aprovado vai fortalecer a estrutura do hospital e ampliar serviços que atendem diretamente os luverdenses”, afirmou.
Já o vereador Hélio Kaminski reconheceu a necessidade do aporte, mas fez questão de registrar uma ressalva: para ele, a Prefeitura não pode assumir sozinha um ônus que poderia ser reduzido se houvesse maior aproveitamento dos recursos estaduais disponíveis. O parlamentar citou como exemplo o Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Teles Pires, que teria cerca de R$ 50 milhões à disposição, mas com baixa utilização por parte de Lucas do Rio Verde.
“Saúde sempre será prioridade e, por isso, votei favorável. Mas não podemos aceitar que o município use repetidamente recursos próprios enquanto há verba estadual sobrando. Em seis meses, acessamos apenas R$ 1 milhão, quando poderíamos ter chegado a R$ 10 milhões, como ocorreu em Novo Mutum. É um gargalo burocrático que precisa ser resolvido. O município já é o maior cliente do Hospital São Lucas, respondendo por 60% de todo o faturamento. Se for preciso chegar a 90%, vamos chegar, mas não podemos ignorar fontes de recursos que estão jorrando dinheiro”, declarou.
O projeto aprovado prevê repasse de R$ 1,05 milhão, valor que será utilizado na compra de insumos e serviços para a plena operação dos dez novos leitos de UTI recém-inaugurados no Hospital São Lucas. Apesar das divergências, vereadores concordaram sobre a urgência em fortalecer a unidade, considerada estratégica para o atendimento regional e essencial para reduzir filas e agilizar procedimentos de alta complexidade.