Literatura mato-grossense e consciência negra são temas de café literário

Obras de Manoel de Barros e diversidade cultural são destaques em evento intelectual e gastronômico da Escola Estadual Gonçalo Botelho de Campos

Fonte: CenárioMT

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Divulgação

Gênero literário e diversidade através de uma experiência cultural e gastronômica ditaram o ritmo do ‘Café literário e Consciência negra’ promovido de 24 a 25 movimentou a rotina dos estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Escola Estadual Gonçalo Botelho de Campos, em Várzea Grande. O evento evidencia as práticas de leitura em voz alta e produção textual em um momento de descontração entre poemas de Manoel de Barros, discussão sobre consciência negra e culinária regional.

Definido como uma partilha intelectual e gastronômica, o café literário associou a prática da leitura às muitas discussões que permeiam o cotidiano escolar. Segundo a professora de Língua Portuguesa Iolanda Luiza de Miranda Monteiro, os estudantes fizeram uma seleção de escritores e mostraram suas respectivas obras no Café Literário. “Juntamos poemas de importantes autores, como Manoel de Barros, e fizemos uma junção unindo escritores, suas principais obras e características de cada gênero”.

Iolanda observa que Manoel de Barros foi escolhido por ser um dos maiores nomes da literatura brasileira. Nascido em Cuiabá, morou e estudou no Rio de Janeiro, mas viveu a maior parte da vida na Fazenda Santa Cruz, no Pantanal de Corumbá, Mato Grosso do Sul.  “Uma de suas características é falar sobre o espaço e o meio ambiente pantaneiro com sua fauna e flora”.

O aluno Rauen, que representou Manoel de Barros em uma apresentação caprichou no figurino. Com roupas e chapéu caracterizando Manoel de Barros, ele mostrou aos colegas as principais obras do escritor. “Minha apresentação envolveu todos os livros do nosso escritor. É muito bom fazer essa interpretação porque passamos a ter um conhecimento maior sobre Manoel de Barros”, ressaltou.

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A aluna Júlia e seus colegas Luã, Mateus, Marcos e Dênis, trabalharam com a obra “Virgínia”, da escritora mato-grossense Stéfanie Sandes, que fala de uma paixão vivida na pandemia. “O final da história aborda sobre as percepções das pessoas antes da pandemia”, resumiu Júlia.

Já a professora Josenira Santos, por sua vez, trabalhou arte contemporânea e africana. “Os estudantes mostraram a cultura da África, sua diversidade cultural, cores. Enfim, tudo que engloba a cultura daquele continente”, frisou.

Para a estudantes Talita Ferreira da Costa, o café literário foi uma experiência inimaginável pintando quadros com temática africana, pois, no início muitos nem acreditavam que o evento teria essa magnitude. “Agora, já temos muitas pessoas pedindo quadros sob encomenda. Descobri um novo talento”, comemorou.

Um dos organizadores do projeto, Renan Kuhne, destaca que houve uma junção entre literatura e consciência negra. Por isso, houve uma variedade de temas nas apresentações. “Dividimos o evento em dois dias, sendo que no primeiro dia foram as apresentações dos trabalhos, dos alunos e a apresentação de dança. No segundo, uma palestra com o escritor Eduardo Mahon sobre as suas obras publicadas em vários estados e também em Portugal”, disse.

Na avaliação da diretora da escola, Shirley de Oliveira Cardoso, os alunos capricharam no evento e mostraram na prática tudo o que aprenderam na teoria. “Um evento como esse, além de agregar conhecimento, trabalha a questão do trabalho em equipe, dos resultados na vida de cada um e no cotidiano coletivo da nossa escola. Estamos felizes com o resultado”, finalizou.

 

 

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