Justiça autoriza uso de provas da PF em investigação eleitoral em Mato Grosso

Operação da Polícia Federal envolve suspeita de caixa dois com recursos não declarados durante campanha municipal

Fonte: CenárioMT

Justiça autoriza uso de provas da PF em investigação eleitoral em Mato Grosso
Justiça autoriza uso de provas da PF em investigação eleitoral em Mato Grosso - Imagem ilustrativa: CenárioMT

A Justiça Eleitoral do estado de Mato Grosso autorizou o uso de provas obtidas pela Polícia Federal na Operação Rustius dentro de uma ação que apura possíveis irregularidades na campanha municipal de 2024, em uma cidade localizada a 420 quilômetros de Cuiabá.

A decisão, assinada na última quarta-feira (7), atende a um pedido do Ministério Público Eleitoral. O processo corre em sigilo e está restrito às partes envolvidas, de acordo com determinação judicial.

A apuração teve início em outubro de 2024, dias antes das eleições, quando a Polícia Federal apreendeu R$ 300 mil em espécie com um apoiador de campanha, durante uma abordagem na BR-163, no município investigado. O valor, segundo a investigação, não apresentava documentação que comprovasse origem ou destino legal.

Mensagens extraídas do celular do motorista indicariam movimentações financeiras fora da contabilidade oficial da campanha. De acordo com o Ministério Público, o investigado buscava contribuições com empresários da região e atuava informalmente no apoio logístico e financeiro.

A Polícia Federal também apontou a retirada de um envelope com dinheiro em Várzea Grande, supostamente transportado até o município investigado. O local da retirada seria a sede de uma empresa no bairro Jardim Glória I. Os detalhes constam em relatório que embasa a investigação, que ainda está em curso.

Ação eleitoral e pedido de cassação

Com base nessas informações, foi protocolada uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) no fim de 2024. O processo levanta suspeitas de abuso de poder econômico, uso de recursos não declarados e possível compra de votos.

Além do dinheiro apreendido, a denúncia também aponta para o uso de serviços de campanha supostamente não contabilizados. O autor da ação solicita, entre outras medidas, a cassação dos registros de candidatura e a inelegibilidade temporária dos envolvidos.

A autorização judicial para uso das provas marca um avanço no trâmite da investigação, que permanece sob sigilo. As autoridades destacam que, até o momento, trata-se de apurações preliminares, sem qualquer condenação judicial definida.

O caso segue sob análise da Justiça Eleitoral de Mato Grosso e pode impactar diretamente o cenário político local.