Em meio a uma sequência de ocorrências envolvendo incêndios em áreas rurais de Mato Grosso — que aumentaram 18% entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública —, um novo caso chocou os moradores de Jaciara. Um homem de 52 anos morreu carbonizado após o barraco onde morava ser consumido pelas chamas, na madrugada desta segunda-feira (13), às margens da BR-364.
O imóvel ficava no acampamento Buriti, uma área ocupada por famílias há vários anos. De acordo com informações da Polícia Militar, o incêndio começou por volta de 1h50, quando vizinhos perceberam o fogo se espalhando rapidamente pela estrutura de madeira e acionaram o 190. Quando os militares chegaram ao local, o barraco já havia sido completamente destruído.
Entre os escombros, os policiais encontraram o corpo da vítima, identificada como Adailton Alves de Jesus. O reconhecimento foi feito por uma irmã, que esteve no local e reconheceu objetos pessoais e a disposição do ambiente. O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas e evitar que o fogo atingisse barracos próximos, o que poderia ter ampliado o desastre.
Testemunhos e linhas de investigação
Uma testemunha relatou ter visto Adailton pela última vez por volta das 20h de domingo (12), sentado na frente da residência, aparentemente sozinho. A Polícia Civil investiga se o incêndio foi causado por curto-circuito, por algum tipo de aquecimento improvisado usado para espantar o frio, ou se há indícios de ação criminosa. Amostras de materiais carbonizados foram recolhidas para análise pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Segundo levantamentos preliminares, este é o terceiro incêndio em moradias precárias registrado na região de Jaciara em 2025. No último caso, ocorrido em julho, um casal conseguiu escapar das chamas com ferimentos leves. Especialistas em segurança pública alertam que estruturas improvisadas, sem instalações elétricas seguras, estão entre as principais causas de sinistros desse tipo.
Contexto regional e riscos persistentes
De acordo com o artigo 250 do Código Penal, provocar incêndio que exponha a vida de outras pessoas a perigo é crime e pode resultar em pena de até seis anos de reclusão. Em áreas de ocupação irregular, como a do acampamento Buriti, o risco é agravado pela falta de hidrantes e pela dificuldade de acesso de caminhões dos bombeiros.
As autoridades reforçam a importância de alertar sobre focos de incêndio imediatamente pelos canais oficiais. Em casos de emergência, o contato deve ser feito pelo número 193 (Corpo de Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar). O caso segue sob investigação e novas perícias devem apontar as causas exatas da tragédia. As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil.
