Um homem de 59 anos, identificado como Gilson Vírgilio da Silva, foi morto a tiros dentro de casa na tarde de quinta-feira (16), em Rondonópolis, município a 218 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, ele era investigado por supostos abusos sexuais contra duas enteadas. A apuração do caso segue em andamento.
De acordo com informações preliminares, Gilson foi encontrado sem vida pela própria esposa, deitado no sofá da sala. A perícia apontou que os autores dispararam ao menos dez vezes contra a vítima, sendo seis tiros na cabeça e outros quatro em diferentes partes do corpo. A suspeita é de que os criminosos tenham atirado através da porta e da janela da residência.
Testemunhas relataram à Polícia que o homem vinha sendo alvo de comentários na vizinhança desde que surgiram denúncias de abuso. As investigações começaram após uma psicóloga do Conselho Tutelar receber o relato de uma das vítimas, que teria deficiência. O depoimento também mencionou uma tentativa de abuso contra outra familiar das meninas, o que ampliou a apuração da Polícia Civil.
Investigação sobre o crime e antecedentes
Embora as acusações ainda não tenham sido confirmadas, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a morte possa ter relação direta com as denúncias. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de necropsia. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que tenta identificar a motivação e os autores do crime.
Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública, Rondonópolis registrou aumento de 18% nos homicídios em 2024, em comparação com o ano anterior. Especialistas apontam que a maioria desses crimes está ligada a disputas pessoais e acertos de contas, especialmente em bairros da região central e periférica da cidade.
Contexto regional e continuidade das investigações
Casos envolvendo suspeitos de crimes sexuais que acabam assassinados antes da conclusão do inquérito têm se tornado mais frequentes em Mato Grosso. Em 2023, ao menos cinco ocorrências semelhantes foram registradas, conforme dados da Polícia Civil. A situação reforça o debate sobre o risco de execuções sumárias e o impacto da exposição de suspeitos antes do julgamento.
As autoridades reforçam que nenhuma acusação foi confirmada até o momento e que o processo investigativo segue sigiloso. A Polícia Civil pede que quem tiver informações sobre os autores do homicídio entre em contato pelo número 197, canal de denúncias da instituição.
As informações foram repassadas pela Polícia Civil e confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso.
