Um homem de 28 anos foi preso em flagrante nesta segunda-feira (13) pela Polícia Civil, acusado de manter sua companheira, de 43 anos, sob cárcere e constantes agressões em uma fazenda próxima à Aldeia Capoto, zona rural de Matupá, no norte de Mato Grosso.
Segundo informações divulgadas pela Delegacia de Matupá, o caso veio à tona após os investigadores receberem vídeos e fotos que mostravam a mulher coberta de hematomas. Em um dos registros, ela aparece vomitando sangue e relatando estar sendo impedida de sair de casa pelo agressor, que a mantinha sob ameaça constante.
Em mensagens enviadas a conhecidos, a vítima contou que chegou a dormir dentro de um contêiner de veneno para evitar novas agressões. O conteúdo das gravações, considerado grave pela equipe policial, levou os agentes a se deslocarem imediatamente até o endereço informado.
Resgate e prisão
Ao chegarem à propriedade, os policiais encontraram o suspeito deitado em uma rede, do lado de fora da casa. Dentro do imóvel, a mulher estava trancada. Assim que ouviu os investigadores, pediu ajuda em meio ao desespero. O homem recebeu voz de prisão e foi algemado por precaução, sendo informado de seus direitos.
A vítima foi retirada do local em segurança, recolheu seus pertences e foi levada à delegacia da cidade, onde prestou depoimento e solicitou medida protetiva de urgência. O preso, por sua vez, foi conduzido sem apresentar lesões e permanece detido à disposição da Justiça.
Casos de violência em alta
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, o número de denúncias de violência doméstica em Mato Grosso cresceu 18% em 2024, especialmente nas regiões norte e noroeste do estado. Em municípios como Matupá e Peixoto de Azevedo, a maioria dos casos ocorre em áreas rurais, onde o isolamento e a falta de acesso a serviços dificultam a denúncia.
O crime de cárcere privado com violência, conforme o artigo 148 do Código Penal, prevê pena de reclusão de dois a oito anos, podendo ser aumentada se cometido contra cônjuge ou companheiro. A Polícia Civil reforçou que denúncias de casos semelhantes podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 197 ou pelo 190, em situações de emergência.
As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil de Mato Grosso.