São José do Xingu, Mato Grosso – A Polícia Civil de São José do Xingu concluiu nesta quarta-feira (15.10) o inquérito que investigava um suposto roubo majorado em uma propriedade rural do município, localizado a cerca de 1.200 km de Cuiabá. Conforme nota oficial da Delegacia local, o crime informado não ocorreu, e o homem que registrou o boletim de ocorrência foi indiciado por falsa comunicação de crime, prevista no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, com pena de detenção de 1 a 6 meses ou multa.
Apuração detalhada
O indiciado, de 33 anos, havia relatado que na madrugada do dia 16 de setembro dois homens armados e encapuzados teriam invadido o sítio em que trabalha, rendido os ocupantes e roubado uma caminhonete do patrão. Segundo seu relato, após um acidente com o veículo, os criminosos teriam roubado outro carro, um VW Gol, e fugido pela BR-080 em direção ao Posto Sucupira.
Com base na denúncia, a Delegacia de São José do Xingu mobilizou policiais civis e militares para localizar os supostos autores, utilizando viaturas, efetivo e recursos operacionais. No entanto, não foram encontrados vestígios do crime, nem testemunhas que corroborassem a versão apresentada, tampouco qualquer registro do veículo VW Gol citado.
Confronto e confissão
Durante nova oitiva, o comunicante foi confrontado com a ausência de provas e acabou admitindo que havia inventado toda a história. Segundo o delegado Onias Estevam Pereira Filho, ele pegou a caminhonete do patrão sem autorização, dirigiu até o distrito de Santo Antônio do Fontoura, e no retorno se acidentou, caindo em uma vala. Para evitar responsabilidade pelos danos, simulou um roubo e divulgou áudios em grupos de WhatsApp, dando aparência de veracidade à falsa narrativa.
“Após ser ouvido pela Polícia Civil no dia 17 de setembro, o indiciado passou a difamar os policiais de São José do Xingu, fato comprovado por áudios obtidos durante a investigação”, afirmou o delegado Onias Estevam.
Indiciamento e implicações legais
O investigado foi indiciado pelo delito de comunicação falsa de crime, com base em elementos de prova que demonstram ter agido de forma consciente e voluntária, mobilizando recursos públicos sem fundamento e causando prejuízo à administração policial. Os autos foram encaminhados ao Poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual para apreciação e prosseguimento da ação penal.
Contexto adicional
- Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, denúncias falsas podem comprometer a eficiência do serviço policial e gerar custos elevados ao Estado.
- O crime de falsa comunicação de crime é tipificado no Código Penal Brasileiro e visa proteger o serviço público de denúncias infundadas.
- Casos semelhantes em áreas rurais reforçam a importância da investigação criteriosa e da checagem de evidências antes da mobilização de recursos policiais.
Reportagem baseada em nota oficial da Polícia Civil de São José do Xingu e informações do Código Penal Brasileiro.
