O Tribunal do Júri da comarca de Peixoto de Azevedo, Mato Grosso, condenou um homem a 21 anos de reclusão em regime fechado pelo homicídio qualificado de uma empresária, que também era sua amiga.
A decisão, que acatou a tese apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), reconheceu que o crime foi cometido por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. O réu não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Conforme a denúncia do MPMT, a vítima foi brutalmente assassinada em abril de 2009, no bairro Alvorada. Ela foi atingida por diversos disparos de arma de fogo, a maioria pelas costas, em frente à sua própria residência. À época, a empresária deixou dois filhos menores órfãos.
A investigação apontou que o crime foi executado pelo agora condenado, a mando do então marido da vítima. Curiosamente, o executor mantinha uma relação de amizade íntima com o casal.
Motivação financeira e traição da confiança
“Verifica-se que o móvel do crime foi torpe, uma vez que os denunciados agiram motivados pelo fato de saber que a vítima tinha feito, em fevereiro de 2009, um seguro de vida, do qual era beneficiário o réu, visando a receber o valor de R$ 183.000,00 para saldar dívidas”, constou na denúncia.
A acusação também destacou que o crime utilizou um recurso que impossibilitou qualquer defesa da vítima. Ela foi surpreendida ao chegar em casa e atingida sem chance de reação, dada a sua familiaridade com os denunciados, o que a impedia de prever a agressão.
O ex-marido da vítima já havia sido julgado pelo Tribunal do Júri em abril deste ano, sendo condenado a 27 anos de reclusão pelo mesmo crime. A atuação da promotoria foi fundamental em ambos os julgamentos para a condenação dos envolvidos.