A Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso celebrou, nesta sexta-feira (1º), a criação do 508º grêmio estudantil, agora na Escola Estadual Indígena Enawenê-Nawê, situada na aldeia Dolowikwa Kotakowinakwa, a cerca de 200 km de Juína.
Com 540 alunos matriculados no Ensino Fundamental e Médio, a instituição amplia o espaço de participação estudantil. O grêmio surge como uma ferramenta para que jovens indígenas expressem suas demandas e assumam um papel ativo na vida escolar.
A iniciativa integra o esforço da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) para promover a inclusão e o empoderamento de estudantes em contextos socioculturais diversos. Segundo o secretário Alan Porto, “a ação reforça o compromisso com uma educação representativa, onde todas as vozes possam ser ouvidas”.
Além de fortalecer a comunidade interna, o grêmio também incentiva a troca de experiências com estudantes não indígenas. “Essas interações enriquecem o processo educativo e aproximam realidades diferentes”, destacou Alan.
Para o líder local Yokwari Assassanikwa Enawenê, a criação do grêmio e a nova estrutura da escola representam conquistas significativas. “Estamos comemorando essa entrega, que é fruto de uma parceria com a Seduc por uma educação melhor para nosso povo”, disse.
O professor Okoxiroli Kayowekase Enawenê reforçou que o impacto vai além dos estudantes. “Com essa estrutura, conseguimos organizar melhor nossa comunidade escolar e garantir ensino de qualidade para todos.”
Eleito presidente do novo grêmio, o jovem Xalokwa Kohasehowaili, de 15 anos, já se prepara para representar sua escola no 2º Congresso Estadual dos Grêmios Estudantis, marcado para 25 de agosto, em Cuiabá. “Sabemos da importância desse evento e vamos com a certeza de que seremos ouvidos”, afirmou.
Responsável pelo projeto de fortalecimento dos grêmios na Seduc, Matheus Silva esteve na aldeia para acompanhar a implantação. Ele destacou o papel dessas organizações na formação cidadã e na valorização cultural. “Nosso objetivo é ampliar esse trabalho para mais comunidades indígenas e quilombolas, respeitando suas especificidades”, explicou.
Outras duas escolas indígenas já contam com grêmios estudantis: a Jula Pare, em Barra do Bugres, e a Pirineus de Souza, em Comodoro.