Governo do Estado aplica mais de R$ 1,1 bilhão em programas sociais em Mato Grosso

De 2019 a 2025, o governo de Mato Grosso direcionou acima de R$ 1,1 bilhão para iniciativas como o programa SER Família, com destaque para auxílio-renda, habitação e capacitação profissional.

Fonte: da Redação

Governo do Estado aplica mais de R$ 1,1 bilhão em programas sociais em Mato Grosso
Imagem por: João Reis/Secom-MT

O governo de Mato Grosso anunciou que, entre 2019 e 2025, foram aplicados mais de R$ 1,1 bilhão em programas de assistência, capacitação e inclusão social, segundo balanço oficial. A iniciativa mais visível desse conjunto é o SER Família, conduzido pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (SETASC) e idealizado pela primeira-dama Virginia Mendes.

No centro do programa está o cartão SER Família, ferramenta de transferência de renda direta para famílias em vulnerabilidade social. Conforme dados da própria SETASC, o benefício passou a atender pessoas com renda per capita de até R$ 218 em 2025, e o pagamento mensal subiu para R$ 150 em algumas localidades.

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Além disso, o programa diversificou seu alcance por meio de vertentes como Criança, Idoso, Inclusivo e Indígena, contemplando milhares de famílias em todo o estado — o que reforça o papel do Estado em políticas de proteção social. Mas será que esse montante — mais de um bilhão — está sendo suficiente para reduzir as desigualdades estruturais que marcam o Mato Grosso?

Detalhamento por linha de ação

Entre 2023 e 2025, por exemplo, o SER Família registrou investimentos aproximados de R$ 227 milhões em suas diferentes frentes: R$ 155,5 milhões direcionados ao cartão-principal; R$ 40,2 milhões para o segmento Criança (atendendo crianças de 4 a 12 anos em contraturno em Poconé, entre outras localidades); R$ 8,9 milhões à vertente Idoso; R$ 3,5 milhões à Inclusivo; e R$ 19,3 milhões à Indígena, segundo divulgação oficial. O SER Família Solidário, que entrega cestas básicas, registrou mais de R$ 179,4 milhões desde 2019 e o SER Família Aconchego aplicou R$ 19,5 milhões em cobertores distribuídos. Já o SER Família Mulher, voltado a vítimas de violência doméstica, totalizou R$ 5,9 milhões e beneficiou 1.515 mulheres.

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Outra frente relevante é a inclusão produtiva: o programa SER Família Capacita, em parceria com o Senai‑MT, contabiliza 32.959 matrículas e previsão de investimento de R$ 47,3 milhões. No âmbito habitacional, o SER Família Habitação – Faixa Zero e Entrada Facilitada, articulado entre SETASC e Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), contempla famílias com renda per capita de até R$ 218, além de faixas superiores, conforme regulamento estadual.

Contexto regional e histórico

É importante inserir esse conjunto de ações no contexto maior de Mato Grosso: segundo bancos de dados oficiais, o índice de vulnerabilidade social e desigualdade no estado permanece elevado, especialmente em regiões do interior. Como dado adicional — que não constava no relatório original — o município de Gaúcha do Norte registrava em 2022 uma renda per capita bem abaixo da média estadual e um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 0,615 em 2010, o que ilustra o desafio estrutural. Este é o terceiro grande programa de transferência de renda implementado em escala estadual desde 2010, o que indica uma continuidade, mas também mostra que a inserção social plena ainda é uma meta pendente.

Do ponto de vista legal, cabe lembrar que o programa habitacional está respaldado pela Lei Estadual 11.587/2021, que instituiu o SER Família Habitação como política pública estadual.

Na avaliação do secretário da SETASC, Klebson Gomes, “o investimento maciço na área social reflete a prioridade do governo em garantir dignidade à população”. Em práticas visuais, por exemplo, foram entregues 141 veículos para equipes dos CRAS em 2025, fortalecendo a logística municipal de atendimento.

Mas a pergunta segue: esses recursos estão sendo suficientes para gerar mobilidade social real? O número mostra amplitude — mais de R$ 1,1 bilhão —, mas os indicadores de pobreza, vulnerabilidade e desigualdade indicam que o caminho ainda é longo.

Para que programas como esse realmente se traduzam em impacto sustentável, é necessário que estejam articulados com emprego, educação e infraestrutura. No Mato Grosso rural e nas periferias urbanas, muitas famílias atendidas em programas de assistência ainda enfrentam limitação de acesso a transporte, saneamento e emprego formal.

No curto prazo, ficará atento o acompanhamento dos resultados: quantas famílias deixaram a condição de vulnerabilidade? Qual o recuo efetivo na insegurança alimentar ou no déficit habitacional? Essas métricas ainda não são plenamente divulgadas de forma sistemática no relatório público.

Se você ou alguém conhece família que pode se enquadrar em uma das vertentes do programa SER Família e não tenha sido contemplada, a orientação é buscar os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou o site da SETASC para verificação de cadastro e atualização. O acompanhamento dos impactos locais e municipais será um dos próximos desdobramentos desta política social em Mato Grosso.

Este levantamento foi elaborado com base em dados divulgados pelo governo estadual e informações de portais oficiais do programa SER Família.

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Um criador de conteúdo apaixonado por jogos, tecnologia e notícias regionais, atua como redator no portal CenárioMT, onde produz matérias voltadas aos acontecimentos de Mato Grosso e região. Além disso, também é analista de TI e dedica parte do seu tempo livre ao desenvolvimento de jogos (game design), unindo criatividade e conhecimento técnico em seus projetos.