O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, criticou a atual legislação ambiental brasileira por, segundo ele, favorecer a burocracia em vez da preservação. A declaração foi feita nesta quinta-feira (29) durante o 8º Congresso Ambiental VIEX (CAMBI), em São Paulo, que também celebrou os 40 anos da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).
Segundo Mendes, projetos estratégicos como a Ferrogrão enfrentam entraves legais que retardam o desenvolvimento sustentável. A ferrovia, que ligaria regiões produtoras de grãos em Mato Grosso aos portos do Arco Norte, no Pará, está paralisada há anos.
“A Ferrogrão é apenas um de tantos projetos importantes que estão parados na burocracia ambiental. A lei privilegia a burocracia muitas vezes em detrimento do próprio meio ambiente, e principalmente dos interesses de todos nós brasileiros”, afirmou o governador.
Mauro defendeu que o transporte ferroviário seria uma alternativa mais sustentável frente ao uso intensivo de caminhões, que emitem mais carbono. “Não é possível crer que muita gente trabalha contra a implantação de uma ferrovia, quando ela seguramente tornaria os nossos modais econômicos mais competitivos, mas, acima de tudo, seria uma grande contribuição na redução da emissão de carbono”, completou.
Outro exemplo citado foi a demora no licenciamento de uma mina de potássio no Amazonas. O projeto, que pode suprir metade da demanda brasileira do insumo essencial para o agronegócio, está há 15 anos aguardando aprovação.
“Vemos pessoas atuando para impedir um projeto que ocuparia cerca de cinco campos de futebol e poderia reduzir a dependência do Brasil na importação de potássio. Nós brasileiros queremos preservar nossos ativos ambientais tanto quanto, ou mais, do que qualquer ONG estrangeira”, disse.
A presidente da Abema e secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, reforçou o compromisso dos estados com uma gestão equilibrada. Ela destacou o papel de Mato Grosso e Goiás na conciliação entre conservação e progresso econômico.
“São estados ricos na sua virtuosidade e conhecidos pela sua capacidade de produção e conservação. O que podemos constatar é o compromisso de cuidar do meio ambiente e, ao mesmo tempo, dar condições dignas para a população que vive nesses biomas”, concluiu Lazzaretti.