A investigação de um esquema de fraude no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que pode ter causado um prejuízo de R$ 21 milhões ao Judiciário, revelou detalhes sobre a movimentação financeira da esposa de um servidor do órgão.
A mulher, que faleceu em 2023, movimentou cerca de R$ 1,8 milhão em suas contas bancárias entre outubro de 2021 e setembro de 2022.
A informação consta na decisão judicial que autorizou a Operação Sepulcro Caiado, da Polícia Civil, deflagrada na última quarta-feira (30).
O servidor, marido da mulher, é um dos 11 alvos de mandados de prisão e é o único que ainda não foi encontrado, sendo considerado foragido da Justiça.
Movimentação financeira e papel na fraude
O juiz das garantias que autorizou a operação destacou que, no período investigado, a mulher recebeu mais de R$ 340 mil de uma empresa de cobrança e realizou transferências para um empresário que é apontado como a figura central do esquema e foi preso na ação. Além disso, ela repassou cerca de R$ 18 mil para o próprio marido.
A análise dessas transações, segundo a decisão judicial, evidencia o seu papel como intermediária no circuito financeiro da fraude e no esquema de lavagem de dinheiro, mesmo que post-mortem.
Apesar de a morte da mulher extinguir sua punibilidade, o juiz considerou os dados telemáticos vinculados às suas contas como relevantes para a instrução do processo. Por essa razão, os bens que ainda estão em seu nome foram sequestrados para ressarcir os cofres públicos, e o sigilo de suas contas foi quebrado, auxiliando a Polícia Civil a seguir a trilha do dinheiro desviado.
