Ex-secretário e empresário são condenados a devolver R$ 6,8 milhões por fraudes em obras públicas em Mato Grosso

Segundo as investigações, o prejuízo direto aos cofres do Estado foi de R$ 3.445.175,36.

Fonte: CENÁRIOMT

11 Silval mais nove são denunciados por improbidade administrativa Foto internet
Ex-secretário e empresário são condenados a devolver R$ 6,8 milhões por fraudes em obras públicas em Mato Grosso

A Justiça de Mato Grosso condenou um ex-secretário de Estado de Infraestrutura e um empresário a devolver R$ 6,8 milhões aos cofres públicos.

A decisão, proferida pela juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, aponta que os réus fraudaram licitações e contratos, superfaturando obras de rodovias para viabilizar o pagamento de propina.

A investigação da Polícia Federal, que culminou na ação civil pública, revelou um esquema de corrupção durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.

Embora o ex-governador e um ex-secretário adjunto, que também participaram dos crimes, tenham tido a improbidade administrativa reconhecida, eles se livraram das sanções por terem firmado acordos de colaboração premiada com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT).

O esquema e o rombo aos cofres públicos de Mato Grosso

A condenação se refere a crimes cometidos em uma licitação de 2011 e em um contrato de 2013, ambos para a implantação e pavimentação de trechos de rodovias estaduais, um projeto denominado “MT 100% Integrado”.

A licitação, que deveria ser competitiva, teve o edital questionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que descobriu um esquema de corrupção em que conselheiros exigiam parte da propina para permitir o andamento do processo. Já o contrato de 2013 foi auditado pela Controladoria Geral do Estado, que apontou superfaturamento e a necessidade de revisão de preços. As recomendações, no entanto, foram ignoradas, garantindo um maior lucro para a empresa e, consequentemente, a propina negociada.

Segundo as investigações, o prejuízo direto aos cofres do Estado foi de R$ 3.445.175,36. A juíza Célia Regina Vidotti dobrou esse valor, somando o montante total de R$ 6.890.350,72, acrescido de juros e correção monetária. Os réus também ficarão proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais por cinco anos. Além disso, terão seus direitos políticos suspensos pelo mesmo período.

Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.