Ex-policial militar é condenado a 10 anos de prisão por atirar em médica que negou lhe dar atestado falso em MT

Fonte: G1 MT

Um ex-policial militar foi condenado a 10 anos e 5 meses de prisão por ter atirado contra a médica Valeria Lemelle Xavier, de 53 anos, dentro da Unidade de Saúde da Família (PSF), no Bairro Jardim Vitória, em Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá. O crime foi registrado em setembro de 2012 e a sentença foi proferida na última quarta-feira (28).

Conforme a ação, o homem, que à época era policial militar, até o Posto de Saúde Santa Maria alegando que havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC).

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Ao ser atendido pela médica, ele pediu um atestado médico, que tivesse validade de três dias retroativos e mais quatro dias seguintes.

A vítima negou-se a dar o referido atestado, informando a ele a ilegalidade das datas solicitadas, bem como o fato de que o acidente vascular cerebral não estava confirmado por laudos, motivo pelo qual a vítima emitiu apenas uma declaração de comparecimento e pedido de tomografia computadorizada de crânio e avaliação neurológica.

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O fato gerou imediata alteração de humor do suspeito, que saiu para providenciar os exames.

Ele retornou pouco tempo depois, de acordo com o processo, mas o posto já estava fechado. Ele pediu para falar com a médica que havia lhe atendido, que resolveu atendê-lo.

Agressivo, o homem voltou a pedir o atestado e teve o pedido negado novamente pela médica.

Ele passou então a ameaçar a vítima dizendo que iria denunciá-la para a Secretária de Saúde Municipal para que a tirasse daquela unidade de saúde.

Diante das ameaças, a vítima acionou a Polícia Militar. O policial então teria dito: “eu não ameaço, eu faço”, e atirou nas costas da vítima, atingindo-a na região do tórax. O tiro atingiu também de raspão uma enfermeira que estava na sala. Logo após atirar, o criminoso fugiu do local.

“O condenado era agente das forças de segurança pública, treinado e armado pelo Estado de Mato Grosso para proteger e servir a população. Apesar disso, utilizou-se de sua prerrogativa legal de portar arma de fogo para desferir um tiro contra a vítima e fazer justiça com as próprias mãos. A culpabilidade, portanto, desborda da normalidade e enseja aumento da pena base”, afirmou o juiz Diego Hartmann.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.