Cuiabá encerrou o ano de 2024 com a pior situação fiscal entre as capitais brasileiras, segundo o estudo IFGF Liquidez da Firjan. A análise, divulgada recentemente, apontou que o município não tinha dinheiro suficiente em caixa para cobrir suas despesas, o que resultou em nota zero no índice.
Desde o primeiro dia de seu mandato, a atual administração municipal tem implementado uma série de ações para enfrentar a crise. No início de janeiro, foi decretado estado de calamidade financeira por 180 dias, após a equipe econômica constatar uma dívida de R$ 2,5 bilhões.
Um estudo da prefeitura revelou que, entre 2017 e 2024, as despesas do município cresceram 135%, enquanto a arrecadação aumentou 115%. A gestão anterior deixou déficits financeiros acumulados de R$ 518 milhões, além de R$ 369 milhões em despesas que não possuíam reserva para quitação.
Para reverter o quadro, a prefeitura criou uma Comissão de Renegociação de Contratos, que revisou 881 acordos e gerou uma economia de R$ 217 milhões. Além disso, secretarias foram unificadas para conter gastos. A Secretaria de Mobilidade Urbana, por exemplo, foi integrada à de Segurança Pública, e as secretarias de Esportes e Lazer e de Cultura passaram a ter suas despesas vinculadas à de Educação.
O secretário municipal de Economia destacou que a prioridade é cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para recuperar a capacidade de investir em áreas essenciais como saúde e educação. O secretário de Planejamento, por sua vez, comparou a situação a uma “caixa d’água com vários furos”, reforçando que, apesar das medidas, a recuperação será um processo lento e deve levar, no mínimo, mais dois anos.
