Empresário pede à Justiça para tomar 3ª dose de vacina contra a Covid-19 de outro fabricante e juiz nega

Fonte: Kessillen Lopes, G1 MT

Foto: Divulgação

O empresário Jandir Milan, ex-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), entrou com uma ação na Justiça para exigir a terceira dose da vacina contra a Covid-19, alegando que as duas anteriores não criaram anticorpos suficientes. Na quinta-feira (29), o juiz Gerardo Humberto Alves Júnior negou o pedido e condenou Jandir ao pagamento das custas e despesas processuais.

Em nota, o advogado de defesa disse que respeita a decisão, mas que recorrerá, pois “tem convicção de que todo cidadão tem direito a um tratamento de saúde eficaz, que proteja efetivamente a vida e considere sua condição clínica individual”.

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“O pedido veio embasado em comprovações científicas, especialmente, em três exames realizados por laboratórios de primeira linha, em oportunidades diferentes, que provaram que não houve imunização e que o autor não possui anticorpos neutralizantes. O que se busca é a plena efetividade do Plano Nacional de Imunização”, pontuou.

Jandir foi incluído no grupo de prioritário da vacinação contra a Covid-19, há seis meses, por ter comorbidades. Com isso, o empresário foi imunizado com as duas doses da Coronavac.

Na ação, ele pede a imunização com a terceira dose de uma farmacêutica diferente da Coronavac e da Astrazeneca.

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“Considerando a presença de comorbidades gravíssimas que geram sério risco à vida, solicitou-se a antecipação da dose de reforço, já que os estudos científicos demonstram que todos irão, cedo ou tarde, receber a dose de reforço atualizada, especialmente em razão da disseminação da variante Delta e outras”, disse o advogado.

Apesar da justificativa, o juiz considerou, na decisão, que milhares de pessoas ainda não receberam a 1ª e 2ª dose e que não há comprovação científica da necessidade da terceira dose. Gerardo também afirma que a ação defende apenas um direito individual.

“A questão posta pelo autor não deve ter prosseguimento na Justiça, eis que inexiste: omissão do poder público; recomendação científica para realização de sorologia visando avaliar a resposta imunológica ; evidência científica sobre a eficácia da 3 ª dose da vacina. Em um país em que apenas 18,65% da população se encontra totalmente vacinada, com mais de 100 milhões de pessoas aguardando a oportunidade de se protegerem, é inaceitável a pretensão do autor para, sem evidência científica, atender a interesse meramente individual”, pontua.

Eficácia da Coronavac

O estudo clínico final sobre a Coronavac mostra que a eficácia da vacina pode chegar a 62,3% com um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina. Segundo artigo científico encaminhado para revisão e publicação na revista científica Lancet, uma das mais respeitadas do mundo, a eficácia para casos sintomáticos de Covid-19 atingiu 50,7%, ante os 50,38% informados inicialmente. Ou seja, a vacina reduz pela metade os novos registros de contaminação em uma população vacinada.

Na prática, significa que a CoronaVac tem potencial de:

  • reduzir pela metade (50,7%) os novos registros de contaminação em uma população vacinada;
  • reduzir a maioria (83,7%) dos casos leves que exigem algum cuidado médico.

O estudo mostra ainda que a Coronavac se revelou eficaz na proteção contra as variantes brasileiras P1 e P2 do vírus Sars-Cov-2, por se tratar de uma vacina feita a partir do vírus inativado.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.