Mato Grosso registrou um aumento alarmante nos alertas de desmatamento na Amazônia Legal durante o primeiro semestre de 2025. O estado liderou o ranking, respondendo por quase metade dos 450 km² destruídos nos três maiores desmatadores – Mato Grosso, Pará e Amazonas – no período. Só Mato Grosso foi responsável por 206 km² de área desmatada.
Os dados, divulgados ontem (11) pelo sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram um aumento de 27% nos avisos de derrubada da floresta amazônica em todo o território nacional, acumulando 2.090,38 km² de janeiro a junho de 2025, contra 1.645,94 km² no mesmo período de 2024.
O monitoramento detalhado aponta que Mato Grosso é o estado com a maior área total afetada no semestre, atingindo 1.097 km². Isso representa um crescimento expressivo de 141% em relação aos primeiros seis meses de 2024. Em seguida, vêm Pará (350 km²) e Amazonas (265 km²).
Apesar de o mês de junho ter apresentado o menor índice de desmatamento desde o início da série histórica do Deter B, a alta cobertura de nuvens no período pode ter prejudicado a visibilidade dos satélites, impactando a detecção real.
Dados do portal Terra Brasilis indicam que, entre 1º e 27 de junho, 39% dos alertas de desmatamento ocorreram em florestas públicas não destinadas (17,5%) e em áreas sem registro fundiário (21,4%). Contudo, as propriedades privadas concentraram o maior volume de desmatamento no mês, totalizando 43,5% da área afetada.
Sema intensifica combate a crimes ambientais
Em resposta ao cenário, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) de Mato Grosso intensificou o combate aos crimes ambientais. No primeiro semestre de 2025, foram deflagradas 127 operações no âmbito da Operação Amazônia.
O balanço da Sema mostra que o valor total das multas aplicadas pelo órgão nos três biomas presentes no estado (Amazônia, Cerrado e Pantanal) alcançou cerca de R$ 1,3 bilhão. No mesmo período, foram expedidos 1.708 autos de infração e 1.308 termos de embargo. A área total embargada somou 110,44 mil hectares, sendo 12,43 mil hectares referentes a desmatamento ilegal.
A Sema assegura que as ações de fiscalização são cuidadosamente planejadas a partir do monitoramento de alterações na cobertura da vegetação nativa e dos alertas de desmatamento, com foco especial nos municípios que mais registram supressão florestal.