A ex-secretária da Casa Civil de Mato Grosso e suplente de vereadora, Paolla Reis, ingressou com uma ação judicial contra o Hospital Beneficente Santa Helena, em Cuiabá, por suposta negligência médica que teria resultado na morte da filha, Laísa Júlia Reis Oliveira Lira, de 26 anos, e da neta, Ayla Souza Reis, durante o parto em setembro de 2024.
O processo, que pede indenização de R$ 2,4 milhões por danos morais e materiais, busca responsabilizar a unidade hospitalar pela falha no atendimento. Segundo Paolla, o valor será destinado a projetos sociais voltados à proteção da mulher e à promoção da justiça social.
De acordo com informações do caso, Laísa estava com 38 semanas de gestação quando procurou o hospital em 2 de setembro, apresentando febre alta e dores intensas. O bebê tinha batimentos cardíacos acelerados, mas, mesmo diante do quadro, nenhum exame foi solicitado pela equipe médica. No dia seguinte, ela retornou com o estado de saúde agravado e, ainda assim, não foi internada.
Somente no terceiro dia, já com sinais de infecção generalizada, a família decidiu levá-la ao Hospital Geral Universitário (HGU), onde foi realizada uma cesariana de emergência. Apesar dos esforços, mãe e filha não resistiram à infecção, que evoluiu para atonia uterina — quando o útero não se contrai adequadamente após o parto — e, em seguida, para parada cardíaca.
Família pede mudanças em protocolos de atendimento
Em depoimento, Paolla Reis afirmou que a ação não tem motivação financeira, mas o propósito de expor o que chamou de “atendimento negligente e desumano”. Ela relatou que o sofrimento causado pela perda da filha e da neta impactou profundamente toda a família.
“O único objetivo desta ação é demonstrar como um atendimento sem amor ao próximo ceifa vidas inocentes e destrói famílias inteiras. Hoje me sinto totalmente devastada”, declarou.
Paolla também expressou o desejo de que o processo estimule mudanças nos protocolos hospitalares, prevenindo novas mortes por falta de atenção médica adequada. “Minha filha era para estar aqui. Estávamos sonhando com a chegada da minha netinha, mas saímos com dois caixões. E uma vida despedaçada”, concluiu.
O Hospital Santa Helena ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. O processo tramita na Justiça de Mato Grosso, e o desfecho poderá servir de referência para futuras discussões sobre responsabilidade médica em atendimentos obstétricos.

















