O avanço econômico em Mato Grosso já começa a redesenhar o mapa do emprego formal e da renda em todo o estado. Em apenas seis anos, a soma dos salários pagos subiu de R$ 23,4 bilhões para R$ 40,2 bilhões, sinalizando uma das maiores expansões salariais do Centro-Oeste. Por trás dos números, está a força de cidades estratégicas como Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Lucas do Rio Verde, que impulsionam a diversificação produtiva e o consumo regional.
Os dados, apurados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), mostram que o ritmo de crescimento local supera a média nacional em diversos segmentos. Cuiabá concentra 41,5% da renda total gerada, enquanto polos emergentes, como Sinop e Várzea Grande, ampliam a base de empregos formais e consolidam o estado como referência na geração de oportunidades.
Emprego formal em alta e nova dinâmica regional
O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 1,16 milhão em 2022 — um aumento de 44% em comparação a 2014. Setores como administração pública, agropecuária e comércio varejista lideram as contratações. Entre os empregados, o ensino médio completo ainda predomina, com 375 mil registros, seguido pelos profissionais com ensino superior (140 mil). Essa composição revela uma economia em transição, cada vez mais dependente de mão de obra qualificada.
Em Rondonópolis, por exemplo, o comércio e os serviços já respondem por mais de 30% dos novos postos abertos em 2024, segundo levantamento do Observatório Regional do Trabalho. O fenômeno reflete uma tendência estadual: a urbanização crescente e a busca por diversificação além do agronegócio tradicional.
Empreendedorismo em expansão e força do agronegócio
O número de empresas ativas também acompanha o ritmo acelerado. Em 2014, eram pouco mais de 86 mil estabelecimentos formais; hoje, passam de 123 mil, um salto de 42%. As microempresas dominam o cenário, representando cerca de 60% do total. A base empresarial segue liderada pela pecuária de corte (11,3%), cultivo de soja (5,2%) e comércio varejista de vestuário e acessórios (3,4%).
Apesar da força do campo, o crescimento urbano mostra vigor. Sinop, por exemplo, registrou em 2024 um aumento de 23% no número de registros de microempreendedores individuais (MEIs), conforme dados da Receita Federal. Essa expansão reflete o movimento de interiorização da economia e o surgimento de novos polos de inovação e serviços.
O avanço do emprego e da renda também gera impacto direto no consumo. Supermercados, academias e redes de alimentação rápida ampliaram suas operações, especialmente nos bairros periféricos de Cuiabá e Várzea Grande, onde a massa salarial cresceu acima de 60% desde 2018. O setor imobiliário acompanha o ritmo, com aumento de 15% nas emissões de alvarás de construção no mesmo período.
Embora o ciclo de crescimento seja promissor, economistas alertam para a necessidade de investir em educação técnica e infraestrutura logística para sustentar o ritmo. O estado ainda enfrenta gargalos em rodovias e na qualificação da mão de obra, fatores que podem limitar a competitividade a longo prazo.
O cenário, no entanto, é de otimismo. Para o analista econômico da Fiemt, Marcos Mendes, “Mato Grosso conseguiu algo raro: expandir a produção agroindustrial e, ao mesmo tempo, criar uma economia de serviços mais dinâmica. O desafio agora é manter o equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida”.
As informações foram confirmadas pelo Observatório da Indústria da Fiemt e complementadas com dados do Observatório Regional do Trabalho.
Em caso de dúvidas sobre abertura de empresas e capacitação profissional, o cidadão pode consultar os programas de incentivo disponíveis no site da Fiemt e nas secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico.