A Polícia Civil de Mato Grosso abriu um inquérito para apurar a conduta de um homem de 45 anos, suspeito de aplicar um golpe de R$ 22 mil em um idoso de 82 anos. A vítima buscava alívio para dores persistentes nas pernas e teria sido convencida a pagar por supostos rituais de cura espiritual.
Segundo o boletim de ocorrência, o idoso foi apresentado ao consultor espiritual por uma amiga, após ouvir um anúncio em uma rádio local. Sem encontrar soluções eficazes na medicina tradicional, decidiu procurar o suspeito no dia 16 de junho. No encontro, o homem prometeu a cura das dores por meio de um ritual que consistia em cavar um buraco no quintal da casa da vítima, jogar sal grosso e enterrar a terra em outro local. Pelo serviço, cobrou R$ 13 mil, pagos em espécie.
Após o primeiro ritual, o consultor alegou que seria necessário um tratamento complementar para garantir a cura completa, exigindo mais R$ 9 mil. O segundo procedimento ocorreu na residência do investigado, totalizando R$ 22 mil. A vítima relatou que, mesmo após os rituais, não teve melhora e, apesar disso, foi procurada novamente com a oferta de uma poção por mais R$ 5 mil, o que foi recusado.
O caso foi denunciado no dia 24 de junho à Delegacia de Nova Xavantina. Em depoimento, o suspeito afirmou atuar como “consultor espiritual” há cerca de dois anos na cidade, oferecendo atendimentos com tarô e rituais. Ele negou ter prometido cura física e disse que os valores recebidos se referiam a limpezas espirituais e aconselhou o idoso a buscar atendimento médico.
O investigado admitiu ter recebido diferentes quantias da vítima, mas alegou não ter conferido os valores totais. Também mencionou que parte do dinheiro foi utilizada na compra de materiais como velas e incensos. Segundo ele, os atendimentos costumam ter foco amoroso e não envolvem, com frequência, casos relacionados à saúde física.
Como não houve flagrante, o consultor foi ouvido e liberado. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outras possíveis vítimas. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (66) 3438-1179 ou anonimamente pelo 197.