Comunidade indígena apoiada pelo REM MT recebe visita de monitoramento dos financiadores do Programa

Aldeia Kururuzinho, do povo indígena Kayabi. está localizada no coração da floresta amazônica, entre os municípios de Apiacás (MT) e Jacareacanga (PA) 

Fonte: CenárioMT com Marcio Camilo e Mariana Vianna - REM MT/SEMA MT

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No coração da floresta amazônica, entre os municípios de Apiacás (MT) e Jacareacanga (PA), encontra-se a aldeia Kururuzinho, do povo indígena Kayabi. Para chegar até lá, é preciso ir até a cidade de Alta Floresta (790 km de Cuiabá), seguir por mais 4 horas, passando pelas cidades de Paranaíta e Apiacás, atravessar um rio em uma balsa, seguir viagem por mais duas horas de barco pelo rio Teles Pires, até, finalmente, chegar à comunidade.

A distância, entretanto, não foi empecilho para que a comitiva formada por representantes do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) do Reino Unido, do Programa REM MT, da GIZ e do Funbio realizassem uma visita de monitoramento na aldeia, entre os dias 17 e 18 de junho.

O objetivo da visita foi conferir como os recursos destinados ao Programa REM Mato Grosso estão sendo aplicados na comunidade, bem como ouvir de perto as demandas dos indígenas locais. O KfW e o BEIS são os financiadores do REM MT.

A visita de monitoramento teve uma recepção calorosa dos Kayabi. O presidente da Associação Indígena Kawaip Kayabi (AIKK), Diego Fernando Paleci, disse que gostou do fato do REM MT e os doadores terem vindo até a comunidade para ouvi-los e conhecer melhor a realidade em que vivem”.

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Diego destacou ainda que tanto os indígenas, quanto os financiadores e os coordenadores do REM MT, precisam “aprender um com o outro”. E que a troca de conhecimento e saberes se dá dessa maneira.

A liderança Kayabi também ressaltou que é preciso a elaboração de projetos para o protagonismo das mulheres da comunidade. “Além disso, precisamos de investimentos na educação dos nossos jovens, porque eles trazem o conhecimento de volta para a aldeira”, comentou Diego.

Klaus Koehnlein, gerente de portfólio do KfW, avaliou o encontro como “muito positivo”. Ouviu atentamente as demandas e destacou que é por meio do diálogo “que as coisas se resolvem”. “Para nós, é muito importante saber a realidade de cada aldeia. Nós confiamos nas instituições parceiras, que ajudam a desenvolver os projetos na comunidade, e, nesse sentido, buscamos aprovar os melhores”, acrescentou.

Frentes de trabalho

Ligia Vendramin, coordenadora do REM MT, destacou que foram realizadas oficinas junto aos povos indígenas de Mato Grosso, em 2018, justamente para definir quais seriam as frentes de trabalho juntos às aldeias. A partir desse trabalho, foram definidos 10 grandes temas, envolvendo as comunidades.

Na oportunidade, ela propôs formas da Governança do Subprograma Territórios Indígenas (STI) do REM MT ser mais participativa e inclusiva. Algumas das medidas seriam encontros regionais e comunicação estabelecida por meio de grupos de Whatsapp.

“São diálogos como esses, que dão condições para que os povos indígenas de Mato Grosso sejam protagonistas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Seja por meio do apoio a ações e projetos de redução de emissões do desmatamento e degradação florestal ou de conservação e recuperação dos estoques de carbono e pelos demais serviços ambientais”, contextualizou Marcos Ferreira, coordenador do STI do REM MT.

Sobre a visita de monitoramento, Ferreira avaliou que o encontro com os Kayabi foi fundamental, tanto para ouvir as demandas, quanto para fazer ajustes futuros nas diretrizes do subprograma.

Participantes

Além de representantes do REM MT e KfW, a visita de monitoramento contou com a presença de Eliel Rondon Terena, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), Sol Elizabeth Gonzalez Perez, coordenadora de projetos do Instituto Raoni, Svenja Katharina Miss Bunte, representante do BEIS, Claudia Levy, representante do KfW, João Melo, gerente de projetos do REM MT no Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio) e Gina Maria Timotheo, da GIZ, que é a cooperação técnica internacional da Alemanha.