Chefes do Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) estão pagando cerca de R$ 80 mil por mês para garantir abrigo e segurança em favelas dominadas pelo tráfico no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) durante entrevista.
De acordo com o promotor-chefe do grupo, Adriano Roberto Alves, os criminosos migraram para o Rio por causa da dificuldade de atuação policial em áreas controladas por facções. “Eles foram para o Rio porque aqui a polícia entra em qualquer lugar. Lá, não. É um território dominado, como a Faixa de Gaza – o Estado não tem soberania”, afirmou.
O levantamento do Gaeco aponta que ao menos 15 lideranças do CV-MT estão escondidas em comunidades como Rocinha, Vidigal, Penha e Complexo do Alemão. Os pagamentos seriam feitos parte em dinheiro e parte em fuzis, em troca de segurança e acesso às áreas dominadas.
Fuga e influência fora de Mato Grosso
Entre os nomes citados pelo Gaeco está Jonas Souza Garcia Júnior, conhecido como Batman, apontado como a principal liderança do Comando Vermelho em Mato Grosso fora do sistema prisional. Em 25 de setembro, ele obteve progressão para o regime semiaberto com uso de tornozeleira eletrônica, mas rompeu o equipamento e fugiu dias depois.
A movimentação das lideranças para o Rio indica um esforço da facção em se proteger de ações policiais mais intensas no estado. Segundo o Gaeco, as investigações seguem em andamento para localizar os foragidos e identificar possíveis conexões com o tráfico carioca.
O órgão do Ministério Público reforçou que o caso está sendo acompanhado por forças de segurança de ambos os estados, e que as informações coletadas podem servir de base para novas operações conjuntas.
As declarações e dados citados foram divulgados pelo Gaeco em entrevista ao FolhaPress.

















