Cepesca regulamenta descaracterização do peixe abotoado para pescadores profissionais

Nova resolução do Cepesca atende solicitação de pescadores artesanais para facilitar transporte e venda do peixe abotoado.

Fonte: CenárioMT

Cepesca regulamenta descaracterização do peixe abotoado para pescadores profissionais
Foto: Reprodução

O Mato Grosso passou a contar com novas regras para a descaracterização do peixe abotoado, também conhecido como armal, em seus rios. A medida foi oficializada pelo Conselho Estadual de Pesca (Cepesca) e tem como objetivo facilitar o armazenamento, transporte e comercialização da espécie, atendendo a uma demanda dos pescadores profissionais artesanais.

Publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira (23), a resolução permite o corte do peixe na forma de “tronco limpo com ou sem panceta”, ou seja, sem cabeça, espinhos externos laterais, vísceras, ferrões e nadadeiras. A única exigência é que a pele (couro) do peixe seja mantida. A decisão considera as dificuldades enfrentadas pelos pescadores para armazenar o abotoado inteiro, devido à sua estrutura óssea e ao mau cheiro se não for limpo corretamente logo após o abate.

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Com porte avantajado — podendo atingir 70 cm e mais de 7 kg —, o abotoado representa desafios logísticos para os profissionais. Além disso, sua ossada dorsal danifica caixas térmicas convencionais, o que dificultava o transporte. A regulamentação foi fruto de um grupo de trabalho criado em reunião do Cepesca no dia 10 de abril, após solicitação da colônia de pescadores de Sinop.

A medida se aplica às bacias hidrográficas do Paraguai, Amazônia e Araguaia-Tocantins. A porção descaracterizada será contabilizada na cota semanal de 125 quilos permitida aos pescadores profissionais, com registro obrigatório na Declaração de Pesca Individual (DPI).

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As colônias de pescadores terão papel essencial no monitoramento da atividade. Elas deverão preencher questionários emitidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), informando o total de quilos processados, o número de pescadores envolvidos e demais dados relevantes.

Durante a reunião do Cepesca, foi apresentado um estudo sobre o manejo do abotoado, ressaltando sua importância ecológica no controle populacional de outras espécies. O grupo de trabalho contou com participação da Sema, UFMT, Unemat, Associação Xaraés, Instituto Caracol, Federação dos Pescadores e representantes do turismo de pesca na bacia do Paraguai.

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Um criador de conteúdo apaixonado por jogos, tecnologia e notícias regionais, atua como redator no portal CenárioMT, onde produz matérias voltadas aos acontecimentos de Mato Grosso e região. Além disso, também é analista de TI e dedica parte do seu tempo livre ao desenvolvimento de jogos (game design), unindo criatividade e conhecimento técnico em seus projetos.