Boi gordo encerra semana com pressão no mercado e Mato Grosso liderando preços

Mesmo com estabilidade nas cotações, pecuaristas enfrentam desafios diante da concorrência com o frango e liquidez reduzida no mercado.

Fonte: CenárioMT

Boi gordo encerra semana com pressão no mercado e Mato Grosso liderando preços
Boi gordo encerra semana com pressão no mercado e Mato Grosso liderando preços - Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

O mercado do boi gordo encerrou a primeira semana de julho com estabilidade nas cotações, mas sob forte pressão das indústrias e da concorrência com outras proteínas. A maior oferta de animais confinados e a demanda externa como principal pilar de sustentação são os destaques do cenário atual.

Segundo levantamento da Safras & Mercado, Mato Grosso registrou a maior cotação da arroba no Brasil, fechando a R$ 316,35. Na sequência aparecem Mato Grosso do Sul (R$ 312,84), São Paulo (R$ 312,25), Minas Gerais (R$ 299,71) e Goiás (R$ 293,93). A média nacional calculada pela Agrifatto foi de R$ 297,20.

De acordo com o Cepea/Esalq, a entrada dos animais de confinamento estendeu as escalas de abate e permitiu aos frigoríficos testarem preços mais baixos. Em São Paulo, os negócios variaram entre R$ 305,00 e R$ 315,00, com casos pontuais abaixo desses valores. A Scot Consultoria também apontou estabilidade, com o boi comum a R$ 310, a vaca gorda a R$ 283, a novilha a R$ 295 e o boi-China a R$ 315. Já para o padrão exportação, a arroba chegou a R$ 320, segundo a Agrifatto.

No atacado, os preços da carne bovina recuaram, favorecendo o avanço do frango no consumo interno. Cortes como o quarto dianteiro e a ponta de agulha caíram R$ 0,50 por quilo, sendo negociados a R$ 18,50 e R$ 18,00, respectivamente. A carcaça casada voltou a ser vendida abaixo de R$ 22, o que não ocorria desde junho. A distribuição de carne com osso foi quase nula no início da semana, com leve recuperação no varejo a partir de quinta-feira.

A expectativa do setor segue voltada para o desempenho das exportações, que continuam sendo o principal fator de sustentação da demanda. Para Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a performance internacional será decisiva para o comportamento do mercado nas próximas semanas.

Com maior oferta de animais, especialmente os provenientes de pasto liberados após ondas de frio no Centro-Sul, os frigoríficos conseguiram ampliar as escalas de abate para cerca de nove dias úteis, aumentando seu poder de negociação.

Com a entrada da segunda quinzena de julho — período historicamente mais fraco para o consumo doméstico — os pecuaristas devem manter cautela e avaliar bem os custos de terminação em confinamento até que haja sinais concretos de recuperação nas exportações ou no consumo interno.