Estudo verifica danos oculares causados por toxoplasmose

Fonte: Assessoria

Um estudo, feito a partir da análise de prontuários médicos e documentação clínica de pacientes de Barra do Garças, investigou danos oculares causados pela toxoplasmose. O trabalho, publicado na “Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene”, aponta que a falta de diretrizes que permitam a notificação dos casos, ignora seus efeitos e impede o atendimento clínico personalizado e a criação de diretrizes nacionais para o gerenciamento da doença.

Segundo os autores, o estudo foi motivado por relatos de médicos oftalmologistas que trabalham na região estudada sobre a incidência de consequências oculares em pacientes que até então não havia sido testado como portadores de anticorpos para o protozoário da toxoplasmose, indicando alguma deficiência de diagnostico anterior e a dificuldade em encontrar dados epidemiológicos sobre a incidência de consequências oculares em pacientes com anticorpos para o protozoário da toxoplasmose, indicando que notificação das consequências oculares não é um critério que abrange a notificação compulsória.

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Ainda segundo os autores, a toxoplasmose não está incluída no grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas, mas existem dados, que citam fatores da vulnerabilidade social como risco para sua maior incidência. “Ademais, o Ministério da Saúde articula desde 2015, uma vigilância integrada a secretarias e outras instituições, da toxoplasmose gestacional, congênita e adquirida em surtos. Os casos isolados da doença não são de notificação compulsória“, apontam.

O estudo, realizado entre março de 2020 e março de 2023, contou com a análise de prontuários de 850 pacientes. Deste total, 72 apresentaram lesões oculares compatíveis às causadas pela toxoplasmose e 64, após exames, tiveram o quadro confirmado.

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“Considerou-se a região altamente endêmica porque os resultados de nosso trabalho comparado ao número obtido por notificação compulsória na região estudada esteve consideravelmente maior, mas é importante deixar claro, que a comparação foi feita para os casos congênitos e gestacionais, se houvesse registros anteriores de dados de acomentimento ocular na mesma região ou mesmo uma registro a nível nacional a comparação seria mais apropriada. E isso reforça a originalidade do estudo”, explicam os autores.

A conclusão do trabalho aponta que descobertas realizadas são obscuredias pelas diretrizes nacionais. Os autores explicam que isso acontece porque a legislação atual de notificação e agravos do Sistema Único de Saúde (SUS), contempla os casos congênitos e gestacionais da toxoplasmose adquirida em surtos e não engloba o registro de consequências oculares, dificultando o acesso informação epidemiológica no contexto oftalmológico da doença.

O artigo foi escrito pela pesquisadora Ana Paula Salamoni, como resultado do seu mestrado, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Básica e Aplicada da UFMT, Câmpus do Araguaia, sob orientação da professora Fernanda Regina Casagrande Giachini Vitorino. Também assinam o artigo o professor Alecsander F Bressan e a pesquisadora Kelly Clair de Moura da Costa, doutoranda em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás (UFG).

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Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT