Poconé (MT) — Em uma jornada de quatro dias, entre 22 e 25 de outubro, os atletas Pedro Henrique “Pepe” Gonçalves e Caio Moreno percorreram os 145 quilômetros da Rodovia Transpantaneira, entre Poconé e Porto Jofre, em uma expedição que uniu esporte, espiritualidade e conscientização ambiental. O projeto, intitulado “De Remo e Alma – Transpantaneira de Bike”, foi realizado com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e teve como foco destacar a urgência da preservação do Mato Grosso e do bioma pantaneiro.
Travessia se transforma em manifesto ecológico
Conhecida por suas 120 pontes de madeira e estradas de terra, a Transpantaneira é considerada o coração pulsante do Pantanal mato-grossense. Durante o percurso, os atletas registraram a biodiversidade e as comunidades locais, transformando a travessia em um manifesto pela proteção da fauna, flora e cultura pantaneira. Segundo os idealizadores, a iniciativa buscou “dar voz à natureza” e promover o turismo sustentável na região.
“Um dia, durante um treino de bicicleta, pensei em lugares que gostaria de pedalar e a Transpantaneira veio à mente. Liguei para o Pepe, e ele topou na hora. Queríamos registrar tudo de forma profissional e mostrar a beleza do Pantanal, contribuindo com sua preservação”, relatou Caio Moreno, que é o maior explorador de caiaque do Brasil e 11 vezes campeão nacional de canoagem.
De atleta olímpico a defensor do bioma
Pepe Gonçalves, atleta olímpico de canoagem slalom — com participações nos Jogos do Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024 — reforçou o simbolismo da experiência. “Essa imensidão de vida e silêncio é o que faz o Pantanal ser único. É impossível passar por aqui e não sair transformado”, afirmou.
A dupla já havia explorado outras regiões de Mato Grosso em 2022, em uma expedição que percorreu Jaciara, Chapada dos Guimarães, Alto Araguaia, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, explorando rios e cachoeiras locais. Desta vez, o pedal simbolizou uma nova forma de conexão com o território e com as causas ambientais.
Turismo sustentável e consciência ecológica
A jornada contou com acompanhamento da Sedec, que destacou o potencial da Transpantaneira para o ecoturismo de baixo impacto. A assessora de Turismo, Giovana Melo, afirmou que a experiência permitiu compreender de perto os desafios da conservação e a importância de integrar turismo e sustentabilidade. “Ver a fauna e a flora ao longo do caminho é entender por que precisamos preservar”, disse.
Repercussão e legado
O projeto ganhou grande repercussão nas redes sociais, ultrapassando 200 mil seguidores, e será destaque no programa Esporte Espetacular, da TV Globo. A iniciativa também reforça o papel do esporte como instrumento de educação ambiental — em linha com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Ministério do Meio Ambiente, que apontam o Pantanal entre os biomas mais ameaçados do país devido às queimadas e à expansão agropecuária.
Ao encerrar a expedição, Pepe deixou uma mensagem aos que desejam vivenciar o Pantanal: “Vá com o coração aberto e preparado para sentir experiências que mudam a vida”.
Box informativo — O Pantanal em números
- Área total: cerca de 150 mil km², abrangendo MT e MS.
- Queimadas: aumento de 67% em 2024, segundo o Inpe.
- Turismo: mais de 300 mil visitantes anuais (dados da Sedec-MT).
- Espécies: mais de 650 aves e 260 peixes catalogados.
Reportagem baseada em informações oficiais da Sedec-MT, relatos dos atletas e apuração da equipe de reportagem.
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