Apenas três municípios de Mato Grosso têm alta capacidade para gerir riscos de desastres, aponta TCE

Diante desse panorama, o Tribunal de Contas do Estado emite um alerta urgente aos gestores municipais

Fonte: CENÁRIOMT

Apenas três municípios de Mato Grosso têm alta capacidade para gerir riscos de desastres, aponta TCE
Apenas três municípios de Mato Grosso têm alta capacidade para gerir riscos de desastres, aponta TCE | Foto: Imagem ilustrativa

Um levantamento recente do Tribunal de Contas do Estado lança uma luz preocupante sobre a capacidade de Mato Grosso em lidar com a crescente ameaça de eventos climáticos extremos. O estudo revela que a vasta maioria dos municípios do estado demonstra fragilidade em suas estratégias de prevenção e resposta a desastres como enchentes, deslizamentos e tempestades severas.

Apenas um pequeno grupo de três cidades – Tangará da Serra, Rondonópolis e Pontes e Lacerda – obteve a classificação de “alta capacidade” na gestão de riscos, conforme o relatório divulgado nesta segunda-feira. Esse número alarmante representa apenas uma pequena fração do total de municípios mato-grossenses, expondo a vulnerabilidade da maior parte do território estadual diante de fenômenos naturais cada vez mais frequentes e intensos.

O levantamento do TCE-MT, embasado em dados do governo federal, escancara a falta de preparo da maioria das prefeituras. Mais de 80% dos municípios foram classificados com “baixa capacidade” de prevenção, indicando uma carência significativa em planejamento, infraestrutura e mecanismos de resposta. Uma parcela menor, pouco mais de 10%, demonstra um nível intermediário ou avançado de preparo, mas ainda insuficiente para garantir a segurança de toda a população.

O relatório também mapeou as áreas de maior risco para a população. A cidade de Barra do Garças concentra o maior número de pessoas vivendo em áreas vulneráveis a deslizamentos e inundações, seguida por Várzea Grande e Cuiabá. Além desses centros urbanos, uma extensa lista de 40 municípios foi identificada como mais suscetível à ocorrência de desastres naturais, abrangendo diversas regiões do estado.

Um dado ainda mais inquietante revelado pelo TCE-MT é que mais de uma dezena de municípios sequer estão cadastrados no sistema federal de informações sobre desastres. Essa ausência de registro impede o acesso a recursos emergenciais da União, crucial para a recuperação e assistência às vítimas em caso de eventos severos.

Diante desse panorama, o Tribunal de Contas do Estado emite um alerta urgente aos gestores municipais. A recomendação é clara: é imperativo fortalecer a gestão de riscos através da implementação de sistemas de alerta precoce, da elaboração de planos de contingência eficazes e da capacitação das equipes locais.

O TCE-MT também sublinha a necessidade de integrar as políticas de desenvolvimento urbano com as diretrizes de sustentabilidade e resiliência climática, visando construir cidades mais seguras e preparadas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças ambientais. A análise do tribunal se baseou em critérios técnicos que avaliam desde a estrutura institucional dos municípios até o histórico de eventos extremos e o planejamento preventivo existente.