O futuro do desenvolvimento econômico de Mato Grosso está atrelado à agroindustrialização, destacaram autoridades durante mesa-redonda na 57ª Expoagro. O debate, parte do Fórum do Setor Produtivo, apontou a transformação da produção agrícola local como caminho para geração de empregos qualificados, aumento de arrecadação e redução das desigualdades regionais.
Hoje, o estado conta com 3.115 agroindústrias que empregam 86 mil pessoas diretamente — cerca de 45% da força de trabalho industrial — com salário médio de R$ 2,6 mil. Em 2023, o setor gerou R$ 3,57 bilhões em ICMS. Líder na produção de etanol de milho, a expectativa é atingir 7 milhões de m³ na safra 2025/2026, crescimento de quase 5% sobre o ciclo anterior.
O vice-governador citou experiências bem-sucedidas em municípios como Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, que industrializam mais do que produzem, atraindo mão de obra e melhorando indicadores sociais. Segundo ele, a verticalização da produção é essencial para distribuir riqueza dentro do estado.
Já o secretário de Desenvolvimento Econômico destacou o papel da gestão fiscal equilibrada para atrair investimentos, com escolas reformadas, hospitais em construção e 6 mil km de asfalto previstos até 2025. Incentivos fiscais mais acessíveis e projetos como a Zona de Processamento de Exportação de Cáceres e a internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon reforçam o ambiente favorável à indústria.
Também foi enfatizada a importância da diversificação, com o ex-senador relatando a transformação econômica de Nova Marilândia por meio de granjas, fábricas de ração e frigorífico, capaz de abater 200 mil aves por dia e exportar para 14 países. Ele comparou a arrecadação local com estados industrializados, apontando o potencial de crescimento com a consolidação da agroindustrialização da proteína animal.
O prefeito de Cuiabá alertou para os efeitos da reforma tributária nos municípios menores, destacando a necessidade de planejamento urbano e medidas para atrair indústrias, como alvará automático e incentivos à construção organizada.
O consenso foi de que a agroindustrialização é mais do que um modelo econômico: é uma estratégia para desenvolvimento sustentável, geração de empregos de qualidade e fortalecimento dos municípios.