Afogamentos caem 16% em 2025, mas Bombeiros ainda alertam para riscos em MT

Entre janeiro e agosto, Corpo de Bombeiros registrou 71 ocorrências — 14 a menos que em 2024. Queda é positiva, mas especialistas alertam para relaxamento dos cuidados.

Fonte: CenárioMT

Afogamentos caem 16% em 2025, mas Bombeiros alertam para riscos em MT
Foto: CBMMT

Mesmo com a redução nas estatísticas, o afogamento segue entre as principais causas de mortes acidentais em Mato Grosso. Dados do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT) indicam uma queda de 16,4% nos registros entre janeiro e agosto deste ano — foram 71 ocorrências contra 85 no mesmo período de 2024. Apesar do avanço, os especialistas reforçam que a prevenção ainda é a melhor estratégia para evitar tragédias.

Segundo levantamento da corporação, cidades que tradicionalmente lideram o número de casos também apresentaram recuo. Cuiabá passou de 22 para oito registros, Sinop caiu de oito para três e Barra do Garças teve pequena redução, de 11 para 10 atendimentos. Já Novo Xavantina e Tangará da Serra mantiveram quatro casos cada, após sete no ano anterior. O CBMMT ressalta que o comportamento dos banhistas ainda preocupa, especialmente em períodos de altas temperaturas e feriados prolongados.

[Continua depois da Publicidade]

O diretor operacional adjunto da corporação, major Felipe Mançano Saboia, afirma que, embora os números indiquem progresso, o desafio é manter a consciência da população. “A supervisão de crianças, o uso de coletes salva-vidas e o respeito às sinalizações são medidas simples que salvam vidas. Mesmo com a queda, não podemos relaxar. Cada número representa uma família afetada”, pontuou o oficial.

Rios e represas concentram maior risco

De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), 76% dos afogamentos no país ocorrem em rios, lagos e represas — locais que representam, em geral, o maior perigo por conta de correntezas e bancos de areia ocultos. Em Mato Grosso, a realidade é semelhante: levantamento interno do CBMMT aponta que, em 2024, cerca de 68% das vítimas se afogaram em águas naturais, fora de áreas monitoradas.

[Continua depois da Publicidade]

Além da falta de vigilância, o consumo de bebidas alcoólicas aparece como um dos principais agravantes. A SOBRASA estima que mais de 20% dos incidentes tenham relação direta com a embriaguez. “O álcool reduz a percepção de risco e faz a pessoa superestimar suas habilidades na água”, observa Saboia. O alerta é reforçado por estatísticas nacionais: apenas em 2023, o consumo de álcool esteve presente em um terço dos casos fatais registrados em todo o país.

Cuidado redobrado com crianças e mudanças climáticas

Entre crianças de 1 a 4 anos, o afogamento é a segunda causa de morte acidental no Brasil. Por isso, a vigilância constante é considerada fundamental. O CBMMT orienta que os pequenos devem permanecer sempre ao alcance dos responsáveis — o que garante reação imediata em caso de emergência. Piscinas domésticas devem ter cercas de proteção e ralos antiaprisionamento para evitar acidentes.

Outro ponto de atenção são as alterações climáticas repentinas. Chuvas intensas podem provocar o fenômeno conhecido como “cabeça d’água”, aumento súbito do volume em rios e cachoeiras que frequentemente resulta em afogamentos. O Corpo de Bombeiros reforça: ao menor sinal de chuva, evite entrar na água.

Uma análise da Secretaria de Segurança Pública mostra que o número de mortes por afogamento em feriados prolongados cresceu 23% em 2023, período em que o consumo de álcool e o movimento em rios e balneários aumentam significativamente. O dado reforça a importância de campanhas educativas contínuas e do reforço das equipes de resgate em áreas turísticas.

Em caso de emergência, o CBMMT orienta manter a calma, flutuar e acenar por socorro. Nunca tente nadar contra a correnteza. Para prestar ajuda, a recomendação é acionar o 193 e lançar objetos flutuantes, aguardando o resgate profissional. As informações foram confirmadas pela assessoria do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Um criador de conteúdo e entusiasta de jogos e tecnologia, trabalha como redator no CenárioMT, é analista de TI e game designer no tempo livre.