Uma intervenção precisa da Polícia Civil evitou que um pecuarista de Várzea Grande fosse vítima de um golpe milionário durante a venda de seu rebanho. O prejuízo, estimado em R$ 390 mil, foi contido minutos antes da transferência bancária ser concluída, em uma ação coordenada por investigadores da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes, em Mato Grosso.
O caso ocorreu na terça-feira (21), em uma propriedade localizada às margens da BR-364. De acordo com a corporação, o produtor rural havia negociado a venda de dezenas de cabeças de gado por meio de um homem que se apresentava como intermediário da transação. A negociação, inteiramente feita por mensagens de aplicativo, parecia legítima — até que os policiais descobriram a farsa.
O suspeito usava documentos falsificados da OAB e se passava por um advogado do Rio Grande do Sul, alegando representar o comprador. A trama só foi desmascarada quando os investigadores conseguiram contato com o verdadeiro advogado, que confirmou que seus dados pessoais haviam sido vazados e usados em outros golpes semelhantes no país. Segundo levantamento da Polícia Civil, fraudes desse tipo cresceram 27% em 2024 no estado, especialmente em negociações envolvendo o agronegócio.
Esquema sofisticado e contas de laranjas
Para concluir o golpe, o falso intermediário orientou o pecuarista a dividir o pagamento em duas contas bancárias distintas. Ambas pertenciam a terceiros, que funcionariam como laranjas, sem qualquer ligação com o verdadeiro vendedor. A equipe policial chegou ao local no momento exato em que a transferência seria realizada, interrompendo a transação e impedindo o prejuízo financeiro.
Em nota, a Delegacia de Estelionato informou que o inquérito foi instaurado e que novas diligências estão em andamento para identificar os envolvidos e rastrear o destino das contas usadas na tentativa de fraude. As autoridades também apuram se o grupo atua em outros estados, utilizando o mesmo modus operandi para enganar produtores e empresários.
Golpe do falso intermediário: como se proteger
Segundo especialistas em segurança digital, o chamado golpe do falso intermediário é comum em negociações de alto valor, como vendas de gado, veículos e imóveis. Para evitar cair nesse tipo de fraude, a Polícia Civil reforça algumas orientações práticas:
- Verifique o nome do titular da conta antes de fazer qualquer depósito ou PIX. Ele deve coincidir exatamente com o do comprador ou vendedor.
- Exija uma chamada de vídeo ou outra forma de confirmação visual da identidade de quem está intermediando o negócio.
- Evite negociar exclusivamente por aplicativos e desconfie de quem apressa o fechamento da transação.
- Procure sempre manter contato direto com o verdadeiro proprietário do bem.
Casos suspeitos de golpe podem ser denunciados de forma anônima pelo número 197 ou em qualquer unidade da Polícia Civil. As informações foram confirmadas pela assessoria da instituição.
