A Petrobras anunciou que destinará R$ 100 milhões até 2027 para o setor audiovisual, em celebração aos 30 anos da retomada do cinema brasileiro. O anúncio ocorreu durante uma cerimônia realizada na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).
O investimento abrangerá produção e distribuição de filmes e séries, além da manutenção de salas de exibição e patrocínio a festivais como Gramado, Tiradentes (MG), Bonito Cine Sur (MS) e Mostra de Gostoso (RN). Segundo o gerente de patrocínios culturais da estatal, Milton Bittencourt, o objetivo é garantir que o cinema brasileiro continue a contar histórias que dialoguem com o presente e projetem o futuro.
30 anos da retomada
A retomada do cinema nacional completa três décadas, iniciada com o filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, de Carla Camurati, marco que simbolizou a reaproximação do público com as salas de exibição após a crise dos anos 90. Para marcar a data, a Petrobras organizou o debate “Petrobras e Cinema Brasileiro: 30 anos de história”, que contou com a participação de nomes como Rodrigo Santoro, Flávio R. Tambellini, Silvia Cruz e Marina Person.
Nesse período, a companhia patrocinou mais de 600 produções nacionais, incluindo sucessos como Cidade de Deus, Tieta do Agreste, O Quatrilho, Carandiru, Bacurau e o recente O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, premiado no Festival de Cannes e escolhido para representar o Brasil no Oscar.
Valorização cultural
Durante o encontro, a apresentadora e cineasta Marina Person destacou que os 30 anos de história e 600 produções só foram possíveis graças ao patrocínio consistente da Petrobras. O ator Rodrigo Santoro, convidado especial, reforçou a relevância da parceria ao recordar sua própria trajetória, marcada pelo filme Bicho de Sete Cabeças (2001). Ele também defendeu a importância das leis de incentivo e do patrocínio cultural diante de preconceitos e críticas.
A distribuidora Silvia Cruz ressaltou o alcance do projeto Sessão Vitrine Petrobras, que leva filmes brasileiros a mais de 20 cidades com ingressos a preços populares. Já o produtor Flávio Tambellini destacou a realização de Malês, de Antonio Pitanga, obra histórica viabilizada graças ao apoio da estatal.
O aporte reafirma o papel estratégico da Petrobras no incentivo à cultura, fortalecendo a memória e a identidade nacional por meio do audiovisual.