O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, inaugurou nesta sexta-feira (12) a mostra temporária Atlânticos, que ficará aberta ao público gratuitamente até 2 de novembro.
A exposição reúne trabalhos de seis artistas de Angola, Brasil e Portugal: Jonathas de Andrade e Shirley Paes Leme, Gegé M’bakudi e Wyssolela Moreira, além de Jorge das Neves e Inês Moura. A proposta é destacar conexões culturais entre países de língua portuguesa banhados pelo Oceano Atlântico.
As obras, compostas por vídeos, esculturas e instalações, foram produzidas a partir de uma residência artística realizada em 2024 no Festival Arte Serrinha. A inspiração veio tanto da língua portuguesa, presente nas três nações, quanto da exposição anterior Línguas africanas que fazem o Brasil, que abordou o impacto de idiomas de origem bantu, eve-von e iorubá na formação do português brasileiro.
A Mata Atlântica também inspirou os trabalhos, com referências tanto à região da Serrinha quanto ao Parque Jardim da Luz, vizinho ao museu no centro histórico da capital.
Segundo o curador Fabio Delduque, idealizador do Festival Arte Serrinha, a mostra foi pensada como um espaço de diálogo e convivência, em que a arte funciona como ponte entre culturas e identidades.
Esta é a primeira vez que o Pátio B do museu, ligado diretamente à rua e à passarela da Estação da Luz, recebe um projeto de artes visuais, com livre acesso ao público sem necessidade de ingresso.
Entre os destaques, a artista angolana Wyssolela Moreira apresenta Quando o Corpo – Terra Lembra, uma instalação com bandeiras que remetem a cartas de tarô, explorando reflexões sobre terra, memória e interdependência cultural.
A diretora técnica do Museu da Língua Portuguesa, Roberta Saraiva, destacou que a mostra evidencia como as artes visuais e a língua portuguesa podem se unir para construir novas narrativas sobre identidade e memória.