O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta até esta quinta-feira (31) o espetáculo Frida, criação do coreógrafo carioca Reginaldo Oliveira, em sua estreia na América Latina.
As primeiras bailarinas Claudia Mota e Márcia Jaqueline se revezam no papel da pintora mexicana Frida Kahlo. Com supervisão artística de Hélio Bejani e Jorge Teixeira, o balé tem direção geral de Bejani e sessões marcadas para os dias 29, 30 e 31, às 19h. A classificação é de 12 anos e os ingressos estão disponíveis na bilheteria do teatro.
Em entrevista, Reginaldo Oliveira destacou a emoção de retornar ao Theatro Municipal como coreógrafo, após ter integrado o corpo de baile da instituição. “Foi um sonho realizado. Saí de uma comunidade do Rio e hoje tenho a chance de criar para este palco”, disse o artista, que há duas décadas atua na companhia Salzburg Landestheater, na Áustria.
Para desenvolver Frida, Oliveira mergulhou na biografia da artista mexicana por meio de livros, cartas e fotografias, buscando transmitir sua força e resiliência. “Ela transformou dor em arte e mostrou que a superação é um ato de vida”, afirmou.
Antes dos ensaios, o coreógrafo promoveu um laboratório com o corpo de baile, apresentando aspectos da vida e da obra de Frida Kahlo para inspirar a equipe. O espetáculo explora temas como o acidente que marcou a artista, sua recuperação e a busca por liberdade e autenticidade.
Força e superação
Segundo Oliveira, Frida simboliza a capacidade humana de se reinventar. “O balé traz o acidente, mas principalmente a superação. Frida decidiu viver, lutar por seus ideais e seguir em frente. É uma mulher à frente de seu tempo, muito atual”, disse o coreógrafo.
Durante o espetáculo, as bailarinas Sophia Palma e Tabata Salles interpretam versões simbólicas da artista, representando seus autorretratos e o processo de transformação da dor em criação.
Trajetória
Natural da comunidade da Maré, na zona norte do Rio, Reginaldo Oliveira iniciou os estudos em dança na capital fluminense e conquistou o primeiro lugar no Concurso de Balé Russo, em São Paulo, em 1998. O prêmio lhe garantiu uma bolsa na Academia Estatal de Coreografia do Balé Bolshoi, em Moscou.
De volta ao Brasil, ingressou no Theatro Municipal em 2000 e foi promovido a solista em 2003. Três anos depois, mudou-se para a Alemanha, onde integrou o Badisches Staatsballett Karlsruhe. Desde 2017, vive em Salzburgo, na Áustria, onde desenvolve produções que exaltam figuras femininas, como Medeia e Anne Frank.


















