O Pelourinho, tradicionalmente conhecido por seus shows e festas carnavalescas, foi palco de uma experiência diferente na noite desta quarta-feira (6): a abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), com a peça teatral Os dias bem amados: vida e obra de um autor baiano, inspirada no legado do autor Dias Gomes (1922–1999) e dirigida por Gil Vicente.
O espetáculo marcou o início da nona edição da Flipelô, evento que movimenta o centro histórico de Salvador com intensa programação cultural. “A Flipelô transforma o coração da cidade no Carnaval das Letras e da literatura”, destacou Deco Lipe, curador da Vila Literária e do Espaço para Infâncias Mabel Velloso.
Com atividades distribuídas por cerca de 150 espaços públicos e privados, a Flipelô se consolida como a maior festa literária da Bahia. Em 2024, o evento recebeu mais de 250 mil visitantes, número que deve ser superado este ano, segundo estimativa dos organizadores.
A programação é ampla e diversa, com teatro, música, saraus, debates, exposições, lançamentos de livros, oficinas, gastronomia e atrações internacionais. Destaques deste ano incluem os escritores Adelino Timóteo e GauZ, presentes na Casa Motiva, e nomes como Lázaro Ramos, Flávia Lins e Silva, Elisama Santos e Alexandre Coimbra Amaral, voltados para o público infantil.
O escritor Davi Boaventura, morador de Salvador, participa da Flipelô tanto como espectador quanto como palestrante. “A Flipelô é maravilhosa. Movimenta a cidade e valoriza a literatura”, afirmou. Já a professora Flávia Lima, que acompanha o evento pela terceira vez, enxerga a festa como uma grande oportunidade de interação com autores que antes só conhecia por meio dos livros.
Outro ponto alto é a Vila Literária, com atrações voltadas ao público jovem, incluindo concurso de cosplay, batalhas de desenhos ao vivo e o inédito desfile cosplay discotecado.
A Flipelô segue até domingo (10), com entrada gratuita, sendo uma realização do Ministério da Cultura e da Fundação Casa de Jorge Amado.