As exposições “O Poder de Minhas Mãos” e “PLAY – FITE” inauguram neste fim de semana a Temporada França-Brasil 2025 em São Paulo, com visitas abertas ao público até dezembro.
A temporada celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre França e Brasil e engloba exposições, encontros artísticos, debates científicos e sociais sobre clima, diversidade e democracia, fruto do diálogo entre os presidentes Lula e Macron em 2023. A primeira etapa aconteceu em Brasília, durante o Festival Convergências, com programação de música, circo, exposições e debates culturais.
Em São Paulo, o Sesc Pompeia estreia a exposição “O Poder de Minhas Mãos”, reunindo obras de 25 artistas negras de África, da diáspora e do Brasil, abordando temas como ancestralidade, identidade, corpo e relações de poder. Entre as artistas estão Aléxia Ferreira, Aline Motta, Ana Pi, Buhlebezwe Siwani e Wura-Natasha Ogunji. O evento também inclui espetáculos acrobáticos e performances, como Les Voyages e “Atomic Joy”, e abertura musical com o Concerto Noite França-Brasil.
A exposição é dividida em quatro eixos curatoriais: Estórias Pessoais, Histórias e Ficções, O Pessoal é Político e Performances, destacando a arte contemporânea produzida por mulheres racializadas. Djamila Ribeiro ressalta que a produção artística negra é, por si, resistência sensível.
Arte têxtil em destaque
Neste domingo, o Sesc Pinheiros inaugura a exposição PLAY – FITE, com mais de 40 obras apresentadas na Bienal Têxtil de Clermont-Ferrand (França). A mostra inclui trabalhos de artistas do Brasil, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Marrocos, Holanda e Uzbequistão e explora a relação entre técnicas têxteis e jogos.
O público poderá visitar as obras até 25 de janeiro, que incluem quimonos japoneses, bolas de seda chinesas, móbiles beduínos e peças do coletivo Tjanpi. A exposição se organiza em três núcleos: influência das brincadeiras populares e digitais, mercantilismo do jogo e manipulação cultural, e questões identitárias ligadas ao corpo.
Christine Athenor destaca que a arte têxtil se afirma como meio importante da arte contemporânea, ampliando olhares e incentivando a reflexão criativa.