A morte do cineasta, historiador e professor Silvio Tendler, aos 75 anos, nesta sexta-feira (5), emocionou colegas de profissão, alunos e admiradores de sua obra. Conhecido como o “cineasta dos vencidos”, Tendler marcou gerações com produções que deram voz à memória política do país.
O professor de História Jorge Ferreira relembrou a estreia de Jango, em 1984, ainda durante a ditadura militar. “Assistir ao filme era um ato político. Ele conseguiu unir informação e emoção. Eu vi pessoas chorando na sessão e também me emocionei profundamente”, afirmou. O documentário alcançou 1 milhão de espectadores e tornou-se referência na cinegrafia brasileira.
O cineasta Sérgio Machado destacou o impacto formativo da obra. “O Silvio Tendler foi absolutamente fundamental na minha formação política. Jango mudou minha vida. Foi a partir dos filmes dele que compreendi os horrores da ditadura e a importância de combatê-la.”
A antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz também exaltou seu legado, descrevendo-o como um intérprete privilegiado do Brasil, capaz de unir cinema e engajamento político. A Academia Brasileira de Letras, em nota, classificou-o entre os maiores documentaristas do país, lembrando obras sobre a Revolta da Chibata, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella e outros marcos históricos.
Ex-alunos reforçaram o lado humano de Tendler. O cineasta Leo Arturius, por exemplo, declarou ter vivido “momentos mágicos” como seu aluno na PUC-Rio. Sérgio Machado também lembrou do cuidado e da generosidade do documentarista em debates e encontros.
Silvio Tendler deixa um legado de filmes que atravessam a história política e social do Brasil, transformando memória em cinema.
 
     
     
     
     
     
							














 



