Arte indígena ganha exposição histórica em Petrópolis

A mostra apresenta 250 obras de 54 artistas indígenas, destacando memória, resistência e diversidade cultural nos espaços do Quintandinha.

Fonte: CenárioMT

Arte indígena ganha exposição histórica em Petrópolis
Arte indígena ganha exposição histórica em Petrópolis - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A exposição “Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência” está aberta ao público até fevereiro do próximo ano no Quintandinha, em Petrópolis. São 250 obras de 54 artistas indígenas de diferentes etnias, incluindo Tukano, Desana, Tikuna, Mbya Garani, Xavante, Karapotó, Tupinambá e Palikur-Arukwayene.

A iniciativa é fruto do trabalho do curador Marcelo Campos e da antropóloga Sandra Benites, que organizaram a mostra em etapas, reunindo pinturas, esculturas, fotografias e instalações que representam identidade e memória cultural.

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Durante a abertura, os organizadores convidaram o público a conhecer a arte indígena de forma profunda e reflexiva.

“Essa mostra insurgente é uma afirmação de que temos direito de existir em nossa multiplicidade. São 525 anos de luta, e acreditamos que começamos a ocupar esse espaço em forma de diálogo e não de embate”, afirmou Sandra Benites.

Os encontros preliminares, chamados Tata Ypy, ocorreram desde maio como rodas de conversa e compartilhamento de saberes ancestrais, reforçando a relevância da memória oral e da resistência cultural.

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“Cada fogueira representa um espaço de troca de saberes, preservação da memória e afirmação da resistência cultural”, destacou Benites.

Para Marcelo Campos, a exposição valoriza a pluralidade da arte indígena, relacionando diferentes contextos como discussões de gênero, direito à terra, memória, repatriação e tecnologias ancestrais aplicadas à agricultura.

Entre os artistas presentes, Xadalu Tupã Jekupé, do povo Guarani, traz a arte urbana como forma de expressar as tensões entre cultura indígena e ocidental, reforçando a ocupação de espaços urbanos com narrativas próprias.

Rodrigo Duarte, do Amazonas, contribuiu tanto com obras quanto com a curadoria, ajudando a construir a linguagem da exposição como um levantamento poético, artístico e político da resistência indígena.

Visitantes como a arquiteta Teka Mesquita destacaram a experiência única de se aproximar do acervo, ressaltando a importância de vivenciar a cultura indígena como parte das raízes do Brasil.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.