Na noite de abertura da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o artista Arnaldo Antunes emocionou o público ao homenagear o poeta Paulo Leminski. O evento, realizado no Auditório da Matriz, reuniu uma plateia entusiasmada, que aplaudiu de pé as interpretações poéticas e musicais de Antunes.
Durante a apresentação, Antunes compartilhou lembranças de sua amizade com Leminski, destacou a influência da poesia do autor em sua trajetória e recitou trechos de obras marcantes. “Quando conheci a poesia dele, era como uma peça que se encaixava entre a poesia concreta e a tropicália”, afirmou.
Paulo Leminski (1944–1989) foi o homenageado desta edição da Flip. Conhecido por sua produção poética, também atuou como ensaísta, biógrafo, músico, tradutor e judoca. Entre os autores traduzidos por ele estão nomes como Samuel Beckett e James Joyce.
A curadora da Flip, Ana Lima Cecilio, destacou que Leminski inspirou toda a programação do evento. “Ele fazia música, criava poemas visuais e misturava arte em tudo. Isso está refletido em cada canto da cidade”, explicou.
Antunes relembrou momentos marcantes da convivência com Leminski, incluindo composições conjuntas. Em uma das visitas do poeta a São Paulo, criaram a música “UTI”, gravada posteriormente pela banda Clínica. O músico também mencionou o impacto que o livro Catatau teve em sua formação artística.
No encerramento da apresentação, Antunes citou figuras que, assim como Leminski, deixaram lacunas na cultura brasileira: “Faz falta como o Wally Salomão, o Décio Pignatari, o Zé Celso. São ausências que ecoam.”
A programação da Flip 2025 conta com 21 mesas literárias, reunindo escritores brasileiros e estrangeiros. As atividades ocorrem no Auditório da Matriz, com transmissões ao vivo em espaços abertos da cidade.