Ana Paula Tavares, escritora, poeta e historiadora angolana, de 72 anos, venceu o Prêmio Camões 2025 nesta quarta-feira (8). A premiação é considerada a maior honraria literária da língua portuguesa e é concedida pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e pelo governo de Portugal. O prêmio inclui um valor de 100 mil euros, destacando-se entre os mais expressivos do mundo literário.
A escolha da vencedora ocorreu durante reunião virtual do júri, composto por representantes de Brasil, Portugal, Angola e Moçambique. O prêmio reconheceu a autora por sua trajetória estética coerente e fecunda, ressaltando o resgate da dignidade da poesia e a dimensão antropológica de sua obra.
Entre os jurados estavam José Carlos Seabra Pereira e Ana Mafalda Leite (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Lucia Santaella e Arno Wehling (Brasil), além do crítico literário Lopito Feijó (Angola).
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a escolha celebra a força e beleza da literatura lusófona. Já Marco Lucchesi, presidente da FBN, destacou a escritora como uma representante extraordinária da lusofonia, que une arte e compromisso ético em suas obras.
Sobre a vencedora
Nascida em 1952 na província de Huíla, Angola, Ana Paula Tavares formou-se em História e concluiu mestrado em Literaturas Africanas e doutorado em Antropologia em Portugal. Atualmente, leciona na Universidade Católica de Lisboa. Publicou mais de dez livros, entre poesias, crônicas e romances, recebendo prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Prêmio Mário Antônio de Poesia e o Prêmio Nacional de Cultura e Artes de Angola.
Prêmio Camões
O Prêmio Camões, criado em 1988 por Brasil e Portugal, visa valorizar o patrimônio literário da língua portuguesa e estreitar laços culturais entre os países da CPLP. O júri é composto por representantes de Brasil, Portugal e demais países lusófonos, com mandato de dois anos. Entre os vencedores anteriores estão José Saramago, Jorge Amado, Mia Couto e Chico Buarque.