Preço da cesta básica diminui em 15 capitais; Belém e Porto Alegre apresentam alta

Redução nos Preços Alivia Pressão sobre Famílias Brasileiras, mas Desafios Persistem para 2024

Fonte: CenarioMT

Preços da cesta básica recuam 2,57% na última semana de março na capital de Mato Grosso
Preços da cesta básica recuam 2,57% na última semana de março na capital de Mato Grosso

O valor da cesta básica teve uma diminuição significativa em 15 capitais ao longo de 2023. As principais reduções acumuladas, durante o período de 12 meses até dezembro do ano passado, foram observadas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%).

Entretanto, Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%) apresentaram taxas positivas acumuladas, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que conduz mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais.

Poupança tem retirada líquida de R$ 87,82 bilhões em 2023

O Dieese destacou que a tendência geral foi de redução nos preços, aliviando as despesas das famílias brasileiras. Isso se soma à valorização do salário mínimo e à ampliação da política de transferência de renda. Esses movimentos trazem alívio após anos de aumentos nos preços dos alimentos, geralmente acima da média da inflação.

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No entanto, a entidade alerta para desafios vindouros, citando preocupações relacionadas à questão climática, conflitos externos, câmbio desvalorizado estimulando exportações e o forte impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities para 2024.

Analisando o mês a mês, entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com maiores destaques em Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). Por outro lado, ocorreram diminuições em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Porto Alegre liderou como a cidade com o maior custo para a cesta básica em dezembro de 2023, atingindo R$ 766,53, seguida por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Já Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.

Considerando a cesta mais cara em dezembro (Porto Alegre), o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.439,62, equivalente a 4,88 vezes o valor do salário mínimo atual, de R$ 1.320,00. Em novembro, esse valor correspondia a R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o salário mínimo vigente.

O Dieese calcula esse valor levando em conta a determinação constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir despesas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em dezembro de 2023, um trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisaria de 109 horas e três minutos, em média, para adquirir os produtos da cesta básica. Em novembro, essa jornada era de 107 horas e 29 minutos, enquanto em dezembro de 2022 era de 122 horas e 32 minutos.

Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, descontando o valor referente à Previdência Social, o estudo mostra que, em dezembro de 2023, o trabalhador comprometeu 53,59% do seu rendimento para adquirir os mesmos produtos. Em novembro, esse percentual era de 52,82%, enquanto em dezembro de 2022, era de 60,22%.